10/12/2009
O grupo indígena Mbyá Guarani do Rio de Janeiro é a etnia escolhida para iniciar o programa “Índio no Museu”, a partir de 16 dezembro de 2009, quarta-feira, no Museu do Índio, em Botafogo. O evento integra os espaços expositivos da instituição – Museu das Aldeias, Muro do Museu e a Galeria de Arte Indígena – com uma mesma temática. A proposta, baseada na parceria direta com os índios, é a documentação da sua cultura com foco na cultura material e no processo de produção de bens.
Olhar e movimento Guarani
A exposição fotográfica "Ojapo Porã’i" acontece no espaço Muro do Museu. São 20 fotos realizadas pelos próprios índios em oficinas organizadas pelo Museu do Índio. Os Guarani vão mostrar para a população da cidade o que eles registraram como um “fazer bonito” (ojapo porá) em suas aldeias do Rio de Janeiro.
A mostra etnográfica "Tape Porã, impressões e movimento – os Mbyá no Rio de Janeiro" com cerca de 60 peças, fotos e vídeos, no Espaço Museu das Aldeias, procura refletir sobre o movimento – o deslocamento – na experiência de vida dos Mbyá, que se liga estreitamente à produção do que eles chamam de “estar bem” (-iko pora) e que significa tanto estar com saúde quanto estar “alegre” (-vy’a). Os objetos exibidos carregam marcas da história desse povo. A curadoria é assinada pela antropóloga Elizabeth Pissolato.
A Galeria abriga a mostra de venda “Ombopara” (grafismo Guarani). A criação da Galeria de Arte Indígena é uma iniciativa do Museu do Índio para agregar um conteúdo social e étnico às peças comercializadas pelos diferentes grupos indígenas brasileiros. Na abertura da Galeria, o destaque inicial é para o grupo Mbyá- Guarani, contextualizando a sua arte no nicho de mercado ecológico, já que os objetos vendidos por eles, no Rio de Janeiro, são feitos de fibra de bambu. A renda obtida reverterá para as associações Mbyá. O Projeto Guarani conta com o apoio da Fundação Banco do Brasil e da UNESCO.
Os Guaranis vivem, hoje, nas Regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste do Brasil, e estão classificados em três grupos: Kaiowá, Nhandevá e Mbyá. Com uma população estimada em torno de 34 mil pessoas, mantêm uma unidade linguística e cultural, constituindo-