09/11/2011
A música e a cultura dos afrodescendentes da Bahia e de vários países da África e das Américas ganham destaque nas ruas e praças do Pelourinho durante os dias em que a cidade de Salvador recebe as delegações participantes do Encontro Ibero-americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes. A programação começa no dia da abertura do evento, 16 de novembro e prossegue até o domingo seguinte, um dia após o encerramento dos debates, que envolvem representantes da sociedade civil, gestores públicos, pesquisadores e chefes de Estado, dentre eles a presidente Dilma Rousseff.
A programação foi montada pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia através do Pelourinho Cultural com alguns dos principais representantes da música popular feita na Bahia com raízes africanas e conta ainda com a participação de artistas convidados para o evento e que se apresentarão nos palcos baianos. Dentre os destaques estrangeiros estão os grupos Candomble, música tradicional do Carnaval do Uruguai, e o vencedor do Grammy de 2010 de melhor música alternativa, o Choc Quib Town, com sua mistura de rap com música rural colombiana.
Mas o ponto alto da programação deve ser mesmo a noite de sábado, quando o Largo do Pelourinho receberá um time de primeira linha da música afro mundial. Estão programadas participações do senegalês Youssou N’Dour, o reggaeman Takana Zion, da Guiné, a world music de Kandia Kouyate, de Mali, a música engajada com as causas das mulheres e das crianças da Costa do Marfim de Aicha Kone, o afrobeat do nigeriano Seun Kuti, além do afropop do grupo peruano Nova Lima. Tudo isso sob o comando do Ilê Aiyê, da Orquestra HB, de São Paulo e de Aloísio Menezes.
Os shows serão gratuitos e abertos ao público baiano e aos participantes do Encontro.
Dia 17 – Muncab – Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira
O Muncab, museu em processo, que será um equipamento cultural para a preservação da história e da cultura negra brasileira e que tem a missão de tornar-se um centro de referência e articulação de memória, ancestralidade e contemporaneidade, abrirá as suas portas dia 17 de novembro, especialmente para o público do Encontro do Ano Internacional dos Afrodescedentes, apresentando três exposições que sintetizam a importância da cultura negra no mundo. Curadoria: Emanoel Araujo.
“Mestre Didi: o escultor do Sagrado”
Reunirá 50 peças pertencentes ao Museu Afro Brasil e também ao acervo do próprio artista, cuja trajetória simboliza a força viva da presença africana no Brasil.
Coleção Inicial do Acervo do Muncab
Acervo, em processo de formação, reúne obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas e abarca diversas facetas dos universos culturais africanos e afro-brasileiros.
Nós e os Afrodescendentes
Uma iconografia de personagens históricos, conhecidos ou anônimos, que contribuíram para a formação da identidade nacional: Juliano Moreira, Teodoro Sampaio, Cruz e Souza, João Candido, autor da revolta da chibata, Ruth de Souza, Grande Othelo, Milton Santos, Caymmi, Assis Valente. Criada em homenagem especial ao monsenhor Gaspar Sadoc e ao encerramento do Ano Internacional dos Afrodescedentes.