20/11/2012
Para o presidente do Insod, o nigeriano Ayóbàmi Samuel Akinrúlí, que mora em BH há cinco anos, a influência da África no Brasil é notória, e o mais interessante é que há referências por aqui das várias nações e etnias do continente africano. “A culinária, as influências das línguas no vocabulário do brasileiro, o jeito de ser. Tudo se assemelha. Quando as pessoas conhecem mais sobre as culturas negra e africana, passam a respeitar e a se orgulhar mais. Vamos debater não só toda essa diversidade cultural, mas também as semelhanças e as diferenças”, reitera Ayóbàmi.
A Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa também está com várias atividades este mês para celebrar a consciência negra. No setor de Referência e Estudos (Anexo Professor Francisco Iglesias – 3º andar) está a exposição Em destaque, com livros, recortes de jornais e outros materiais sobre a cultura afrobrasileira. A mostra permanece em cartaz até dia 30. Já a exposição África que te quero África, que termina hoje e está sendo realizada no hall do setor de Coleções Especiais, apresenta livros que retratam a influência da cultura africana no Brasil – desde o período colonial até os dias de hoje –, além de diversas ilustrações e gravuras, inclusive sobre o período da escravidão.
Hoje, a partir das 15h, serão realizadas duas palestras na biblioteca. Na primeira o tema é “O discurso verbal e iconográfico sobre o negro no livro didático,” com o professor graduado em história e mestre em educação João Bernardo. Na outra, ministrada por Luana Diana dos Santos, professora da rede pública estadual de ensino e especialista em estudos africanos e afrobrasileiros pela PUC Minas, o tema é “Gênero e raça no cotidiano escolar: vivências, avanços e desafios”. Ao final, haverá apresentação do grupo de percussão Arautos do Gueto.
Destaques A Companhia Baobá de Dança – Minas, em parceria com a Fundação Clóvis Salgado, realiza logo mais o 3º Prêmio Zumbi de Cultura, no Palácio das Artes. A premiação vai homenagear Maria Carlota (Candomblé de Angola) e Nelson Mateus (Umbandista) e contemplar 10 pessoas que se destacaram nas artes negras em Minas. Os vencedores serão anunciados hoje à noite. Além disso, haverá shows, exibição de vídeos, exposições e lançamentos de livros
O QUE VER
Dona Jandira se apresenta amanhã no Centro Cultural UFMG |
Hoje e amanhã, das 8h às 18h, no Centro Cultural UFMG, Av. Santos Dumont, 174, Centro. Entrada franca. Informações: (31) 3409-8291 e www.insod.org.
>> Palestras – Dia da Consciência Negra
Biblioteca Pública Luiz de Bessa
>> 3º Prêmio Zumbi de Cultura
Hoje, das 19h às 22h, na Sala Juvenal Dias do Palácio das Artes, Av. Afonso Pena, 1.537.
Realização Cia. Baobá de Dança Minas. Entrada franca. Informações: (31) 3467-6762 e www.ciabaoba.com.br.
>> Terças poéticas
Homenagem a Zumbi dos Palmares.
Hoje, às 18h30, nos jardins internos do Palácio das Artes,
Av. Afonso Pena, 1.537. Entrada franca.
>> Tambores da Liberdade
Show com o Grupo Tambor Mineiro e convidados.
Hoje às 20h, no Espaço Multiuso do Sesc Palladium, Rua Rio de Janeiro, 1.046, Centro.
Ingressos: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia).
Informações: (31) 3279-1500.
Ice Band e Cubanito integram programação no Palácio das Artes |
Som da liberdade
Quem também vai prestar sua homenagem ao Dia Nacional da Consciência Negra é o Grupo Tambor Mineiro, que apresentará, no Espaço Multiuso do Sesc Palladium, o show Tambores da liberdade. Caixas de congado, patangomes e gungas irão se unir ao violão, ao cavaquinho, aos metais e ao som do rap nesse encontro que celebrará a liberdade e lembrará Zumbi.
Composto por 10 integrantes, o Tambor Mineiro foi formado a partir da oficina promovida por Maurício Tizumba. Artista preocupado em manter viva a cultura negra em Minas, ele já formou centenas de pessoas. Elisa de Sena, Elisa Massa, Maíra Baldaia, Manu Ranilla, Maurício Bianco, Patrícia Melo, Regina Fraga, Simone Meireles, Tadeu Cardoso e Teresa Massa se revezam nos instrumentos e vozes, garantindo a diversidade das canções.
Na apresentação de hoje à noite, o grupo vai contar com as participações de Alaércio Martins (trombone), Juventino Dias (saxofone), Mauro Moreira (trompete) e Clécio Araújo (fagote), além de Alysson Salvador (violão, cavaquinho e voz) e Roger Deff (rapper da banda Julgamento).
O repertório do show passa por cantigas da tradição do congado e composições de músicos mineiros, além de releituras de nomes tarimbados da MPB e composições próprias, algumas feitas especialmente para essa apresentação.