MACHADINHO
LOCALIZAÇÃO
A comunidade quilombola de Machadinho fica no município de Paracatu, na região Noroeste de Minas Gerais. Está localizada ao norte da sede do município e ocupa parte da bacia do córrego Rico e do córrego do Machadinho.
INFRA–ESTRUTURA
Na comunidade há mais de 1.000 quilombolas. Parte significativa dessas pessoas mora na zona urbana, no bairro Bela Vista, em Paracatu. Somente sete famílias ainda sobrevivem no território tradicional de Machadinho.
Os serviços públicos inexistem no local. Os moradores precisam vencer os 10 km que separam o quilombo da cidade para ter acesso a posto de saúde, hospital e escola. Como alternativa para problemas de saúde, é muito comum o uso de plantas medicinais.
HISTÓRIA
A história de Machadinho começou quando Francisco Morais Lima e sua família chegaram com os bandeirantes. Provavelmente essa chegada se deu nas explorações no século XVIII, promovidas
pelos bandeirantes Felisberto Caldeira Brant e José Rodrigues Frois no vale do rio Paracatu. Com a nova frente de exploração aurífera nas Minas Gerais, grande número de escravos foi transferida para o local.
Os moradores de Machadinho descendem das famílias escravas que ocuparam o local há mais de 200 anos. Uma delas foi constituída por João da Cruz dos Reis, um dos primeiros moradores da comunidade,que capturou uma índia “no laço”, e com ela constituiu família. A índia foi batizada como Luíza Reis Cruz. A Fundação Cultural Palmares reconhece a comunidade como quilombola desde 2004.
ECONOMIA
Os moradores vivem de trabalhos em Paracatu e da venda da produção de queijos, requeijão e doces. A comunidade ainda produz artesanato com madeira.
CULTURA
O quilombo de Machadinho é rico em expressões culturais. Os moradores praticam a reza de Santa Cruz, a catira e a quadrilha. Há também um terno de folia-de-reis
.
CONFLITO PELO TERRITÓRIO
O maior problema da comunidade é a manutenção do seu território histórico. Há uma empresa mineradora que estaria invandindo a área para exploração mineral, segundo alegam os moradores. Representantes da associação local, em campanha pela defesa de suas terras, informa que a empresa proíbe os moradores de fazer cercas, plantações e outras benfeitorias e que essa deverá construir uma represa para depósitos de dejetos. Os moradores entraram com o processo de regularização e titulação das terras no Incra, mas o processo ainda não foi concluído. Essa a morosidade só faz aumentar o clima tenso na região.
Outro problema sério é a ocupação de Machadinho por pessoas não quilombolas, o que vem gerando mais problemas para a comunidade.
Fonte: CEDEFES