Pontinha

23/03/2010

 

PONTINHA
 
LOCALIZAÇÃO
A comunidade quilombola de Pontinha situa-se no município de Paraopeba, a 97 km da Capital mineira.
 
HISTÓRIA
A terra da comunidade teria sido doada aos escravos pelo padre Antônio Moreira, dono de uma grande propriedade na região. O terreno compreendia a parte mais afastada da sede de sua fazenda e era considerado um terreninho de pouca valia, uma pontinha. E, assim, a comunidade foi denominada Pontinha, conforme conta Dona Florentina Gonçalves do Espírito Santo, de 61 anos, e “eles vieram, até com muito ouro, e eles enterraram esse ouro por aqui. A gente só não sabe onde, mas dizem que enterraram”. Outros moradores afirmam que foi Muzinga, filho de Chico Rei, que fundou a Pontinha com 60 famílias vindas de Ouro Preto.
Em 1872, foi instalada, em Paraopeba, a fábrica de tecido Cedro Cachoeira que utilizava um grande número de escravos. Muitos deles ficaram também morando na Pontinha.
Segundo um pesquisador da região, havia uma escritura de concessão da área, mas ela teria sido destruída em um incêndio no cartório de Crianças de Pontinha.
Santa Luzia, onde estava registrada. Anos depois, foi obtido o título por meio da lei de usucapião. Desde 2004, há um processo no Incra para a regularização e titulação de todo o território histórico da comunidade, inclusive o que hoje se encontra em mãos de terceiros.
 
ECONOMIA LOCAL
A sobrevivência das pessoas da Pontinha sempre foi muito difícil. Antigamente, como relata um morador, sua avó dizia que “o sofrimento era grande. O meio de transporte usado era a pé ou a cavalo.
As pessoas levavam as coisinhas que colhiam aqui para vender no comércio de Paraopeba”. Nesse tempo, o pessoal plantava milho, arroz e algodão. Hoje a principal renda dos moradores é a venda do minhocuçu, uma espécie de minhoca gigante muito utilizada por pescadores que se dirigem a Três Marias. Alguns moradores cultivam milho, mandioca e feijão.
 
INFRA-ESTRUTURA
Vivem na comunidade cerca de 600 pessoas e, aproximadamente, 50 famílias. Além do núcleo habitacional, existem diversas casas espalhadas pelo território. No núcleo, há uma escola, sede da associação, posto de saúde, telefone público e uma igreja histórica dedicada à Nossa Senhora do Rosário. É servida de energia elétrica, mas não há rede de esgoto.
 
CULTURA
A devoção a Nossa Senhora do Rosário, que teve sua origem no início do século XIX, estaria se perdendo, segundo alguns congadeiros, pois, hoje os jovens não se interessam em manter a tradição.
No território da comunidade há alguns locais de grande importância para os moradores. Um deles é a Lagoa Dourada, tida como encantada, porque uma cidade teria se submergido em suas águas. A gruta da Lapa, ou Gruta de São Bento, considerada milagrosa, é também objeto de muita devoção do povo da Pontinha.
 
Fonte: AMORMINO, (2007), ASSUNÇÃO, (2007), SABARÁ, (2001) e CEDEFES.
Print Friendly, PDF & Email