Borá

29/10/2010

A comunidade quilombola de Borá se situa a 24 quilômetros da sede, Brasília de Minas, sendo margeado pelos municípios e Coração de Jesus (54 quilômetros) e Mirabela (30 quilômetros). O rio Riachão atravessa a comunidade.

Brasília de Minas se situa no Norte de Minas Gerais, há cento e três quilômetros de Montes Claros e cinqüenta e oito quilômetros de São Francisco.

A comunidade de Borá possui aproximadamente 250 famílias. Há três núcleos de moradores, Borá I, Borá II e Sumidouro. As casas são esparsas entre o cerrado.

Segundo os moradores mais antigos, a comunidade tem de 150 a 200 anos de fundação.

O território antigamente era muito maior, hoje, as famílias não ocupam mais todo o seu território tradicional, inclusive o cemitério, que se encontra hoje em terras de fazendeiros.

Há uma escola que atende até o nono ano e tem hoje 172 alunos freqüentando regularmente as aulas. A escola se encontra em ótimas condições.

Há também um posto de saúde que funciona regularmente e consta de profissionais de enfermagem, dois agentes de saúde e um médico que visita a comunidade toda semana. Os principais problemas de saúde dos moradores são a hipertensão e a diabete.

Há apenas dois anos a luz elétrica foi instalada no quilombo através do programa de governo Luz para Todos.

Há dois ônibus diários que ligam a comunidade até a sede do município. O ônibus escolar funciona todos os dias da semana.

A produção agrícola da comunidade é baseada na mandioca e na cana-de-açúcar. Pois a produção de farinha e de cachaça é predominante na comunidade. Há vários alambiques e farinheiras. As famílias que não tem farinheiras produzem pela Meia. Além destes produtos, a comunidade planta fava, feijão catador ou Deita Milho e milho.

Os moradores colhem pequi, coquinho azedo, macaúba, mangaba, pana ou cabeça de nego (articum), murici, buriti, cagaita, jatobá, cajuzinho e pinha negra. A comunidade também colhe e vende a favela.

Alguns moradores criam gado. A maioria cria porcos e galinhas.

O grande problema atualmente na comunidade é a falta d’água. A maioria dos riachos são perenes e na maior parte do ano ficam secos. O principal curso d`água é o Rio Riachão. É do Riachão que as famílias abastecem as casas com a água. Muitas casas ficam muito distante do curso d`água, o que dificulta esta busca pela água.

Um outro grande problema que a comunidade vivencia é a falta de alternativas de geração de renda. Uma parte significativa da comunidade precisa migrar sazonalmente para São Paulo, Paraná ou Sul de Minas para trabalhar no corte de cana e na panha do café. As mulheres vão para as cidades para trabalhar como doméstica.

Há uma associação de moradores que funciona a trinta anos. A comunidade ainda está trabalhando a sua identidade quilombola para poderem reivindicar os direitos pertinentes às comunidades quilombolas.

Print Friendly, PDF & Email