BANANAL
LOCALIZAÇÃO
A comunidade de Bananal localiza-se no município de Jeceaba, na região Metropolitana Belo Horizonte, em Minas Gerais. Ela se encontra às margens do rio Paraopeba, a quatro quilômetros da sede do município, entre a serra do Mato Félix e o rio Paraopeba.
INFRA-ESTRUTURA
Atualmente, 13 famílias moram no local e somam aproximadamente 100 moradores. No entorno da comunidade há a usina hidrelétrica de Salto do Paraopeba, construída na primeira metade do século XX. Alguns moradores quilombolas trabalham hoje nessa usina. A região ainda possui focos de Mata Atlântica preservada.
A comunidade não recebe abastecimento de água, e os moradores precisam canalizar cursos de água para seu suprimento. Segundo os habitantes entrevistados, o acesso à água é um dos grandes problemas da comunidade. Na época de escassez de chuvas, chega a faltar água potável para os moradores, que precisam usar a água barrenta do rio Paraopeba.
Há rede de esgoto no local, mas o lixo é queimado e jogado em terrenos próximos, por não haver coleta da prefeitura. Quanto à saúde, a principal queixa dos moradores é a incidência significativa de hipertensão. Não há posto de saúde no quilombo, e a comunidade conta apenas com uma visita médica mensal.
Há uma pequena escola que atende até a 4ª série do ensino fundamental.
Os alunos que continuam os estudos vão para Jeceaba.
O único grupo organizado na comunidade é a Conferência Vicentina, liderada pela moradora Adriana.
HISTÓRIA
A cidade de Jeceaba, antiga Camapuã, formou-se com a fixação de trabalhadores que ajudaram a construir a Estrada de Ferro Central do Brasil. Em 1943, houve a mudança do nome do distrito de Camapuã para Jeceaba – Yi-ecê-aba – palavra tupi-guarani, que significa a confluência de rios ou a junção de rios.
Segundo os moradores, os primeiros habitantes moravam em choças espalhadas em ambas às margens do rio Paraopeba. A comunidade existe, provavelmente, desde o século XIX. No início do século XX, o local foi cortado pela ferrovia. Muitos moradores trabalharam em sua construção, junto com portugueses, espanhóis e italianos.
Nas proximidades, há uma comunidade, denominada Mato Félix, que fica acima de Bananal, embora alguns de seus moradores possuam relações de parentesco, nesta não foram encontradas referências quanto à sua origem quilombola.
Segundo os moradores José Martins e Geralda Fernandes, mesmo com o fato das famílias não possuírem o registro de suas terras, não há conflitos nem problemas com a questão fundiária entre os moradores e os fazendeiros do entorno.
ECONOMIA LOCAL
As famílias cultivam pequenas hortas e criam galinhas e porcos para a subsistência. Apenas uma família cria gado leiteiro. Mas a principal fonte de renda dos moradores é o trabalho nas fazendas vizinhas e na cidade. Alguns moradores trabalham na usina de Salto do Paraopeba e na ferrovia. Cinco famílias recebem recurso de aposentadoria, e a
maioria é atendida pelo programa governamental Bolsa Família.
CULTURA
Segundo a moradora Geralda Fernandes, ainda há na comunidade benzedeiras que aprenderam a benzer com as mães e com as avós, demonstrando a ancestralidade da cultura dos moradores.
As guardas de congo, moçambique e marujo, típicas dessa região de Minas Gerais, não existem mais em Bananal. A comunidade só realiza a festa tradicional de Nossa Senhora das Graças, em 26 de novembro, padroeira do quilombo. A maioria das famílias é católica, algumas poucas professam a religião evangélica.
Fonte: CEDEFES