O dia 05 de novembro marca os dois anos do crime da Samarco, Vale e BHP Billiton, o maior da história do Brasil e um dos maiores da mineração global. Para reafirmar nossa homenagem aos mortos, nossa indignação com as injustiças o fortalecimento de organização, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), arquidiocese de Mariana e as comunidades atingidas organiza celebrações, marchas e audiência pública nos dias 05 e 06 de novembro, nas cidades de Barra Longa e Mariana.
As atividades começam pela manhã de domingo (05), quando será celebrada uma missa, às 8h, no distrito de Gesteira, em Barra Longa. A parte baixa do distrito foi destruída pela lama e destruiu nove casas e deixou a parte de baixo da comunidade ilhada.
Outra missa acontece, às 10h, na Igreja Matriz São José, no centro de Barra Longa. A cidade foi invadida pela avalanche de lama e a população teve que conviver diretamente com a lama nos quintais e ruas, provocando surtos de dengue e doenças de pele.
Às 13h, os atingidos da zona rural de Mariana, do distrito de Bento Rodrigues, celebram a missa nas ruínas que sobraram depois de todo o distrito ser completamente inundado por rejeitos de minério, matando 19 pessoas e provocando um aborto forçado.
O distrito de Paracatu terá uma missa às 14h. A comunidade foi a segunda a ser tomada pela lama.
Após as missas, os atingidos retornarão para o centro de Mariana, quando às 16h será realizada uma marcha pela cidade, saindo do Centro de Convenções, na Praça JK, S/N-Centro, para denunciar a impunidade das mineradoras responsáveis pela barragem de Fundão, que rompeu no distrito de Mariana, liberando 50 milhões m³ de rejeito de minério e despejou lama no rio Doce, chegando até o litoral do Espírito Santo, contaminando 200 km de mar e matar toneladas de peixes.
Por fim, uma missa acontecerá, às 18h, na Igreja Nossa Senhora do Carmo, Praça Minas Gerais- Centro, celebrada por Dom Geraldo Liro, com todos os atingidos de Mariana, Barra Longa e atingidos da bacia do rio Doce, organizados no MAB.
06 de novembro
No dia 06 de novembro os atingidos pela Samarco estarão em Belo Horizonte, em uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, para debater as ações adotadas para reparar os danos socioambientais causados pelas mineradoras Samarco, Vale e BHP Billinton em virtude do rompimento da barragem de Fundão, tendo em vista, que na iminência de se completarem dois anos da tragédia, diversos direitos ainda não foram reparados.
A audiência pública acontece às 10h, no auditório José Alencar Gomes da Silva.
Estão confirmados Helder Magno da Silva, procurador regional Federal dos Direitos do Cidadão, André Sperling Prado, promotor de justiça coordenador de Inclusão e Mobilização Sociais – CIMOS, Beatriz da Silva Cerqueira, presidente da Central Única dos Trabalhadores – Cut/MG, Flávio Renegado, músico, Marta de Jesus Arcanjo Peixoto, atingida da Comunidade de Paracatu de Baixo – Mariana/MG , Geovani Bezerra Adilson, representante dos Povos Indígenas Krenak; Aline Ferreira Ribeiro, viúva de trabalhador terceirizado da Samarco; Germana de Oliveira Moraes, professora de Direito Constitucional da Universidade Federal do Ceará e juíza Federal Titular da 9ª Vara Judiciária do Ceará; Guilherme de Sousa Camponêz, integrante da Coordenação Estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens; Tchenna Manso, membro da Comissão de Direitos Humanos do Movimento dos Atingidos por Barragens; Valdivino Modesto, membro da Colônia de Pescadores Z19 de Governador Valadares.