19/12/2018
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era volumoso,
Generoso,
Sinuoso.
Não negava peixes aos ribeirinhos,
e sua profundidade permitia navegação.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era intempestivo,
genioso,
espaçoso.
Quando chovia muito,
transbordava e invadia tudo.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era pródigo,
dadivoso
grandioso.
Abastecia centenas de cidades.
O rio que corria à frente da Ibituruna
morreu!
Era morada de muitos!
Aconchegante,
Amoroso…
Gostoso!
Tão amado, foi batizado de Doce!
O rio que corria à frente da Ibituruna
foi assassinado!
Seu sangue
vermelho,
castanho,
marrom,
vai arrastando-se morosamente em seu leito.
O rio que corria à frente da Ibituruna
foi violado!
Seu fantasma agora geme
Agoniado,
desesperado,
olvidado.
Pois quem o feriu, foi inocentado!
Poema premiado no I Concurso Literário UNIVALE