“Agosto. Não há ensaios, não há visitas, não há bandeirolas. Silêncio. Uma força maior deu o sinal de parada, tais quais os apitos dos capitães em comando às suas guardas. Uma parada para reflexão, que nos sugere ouvir o que Nossa Senhora tem a nos dizer. Nossos esforços não estariam mais concentrados no folclore até então? No universo de vaidades deste mundo? Não nos estaria faltando um pouco mais de fé, de caridade cristã, de confraternização? São tantas perguntas e dúvidas que, no calor da euforia, acabamos deixando-as de lado. Se não houvesse um intervalo maior de silêncio, poderíamos continuar anos a fio no barulho, esquecendo que Nossa Mãezinha está ali na dianteira, silenciosa, querendo instruir melhor o seu exército de soldados. Quantos congadeiros e congadeiras se encontram ansiosos e até revoltados pelo cancelamento da magnífica festa? Não nos exaltemos, pois este pode ser um momento de Deus. De uma avaliação celestial do que foi feito cá embaixo, para que possamos melhorar e levar ao agrado sublime de Maria daqui por diante. Reflitamos. De coração brando, aguardando a ordem superior que nos autorize denovo o rufar dos tambores.”

A festa este ano é dentro de cada um de nós.
Mais reflexão…mais oração…é o que espera a MÃE DOS CONGADEIROS.

Texto: Ubirajara Sousa Rezende (congadeiro da Guarda Caixinha de Bom Baixo – bairro São Sebastião). Dores do Indaiá, MG.