Mais de 220 mil vidas foram perdidas para a Covid-19 no Brasil. Uma marca triste, sem dúvida, mas é preciso perceber que a doença não atinge a todos os grupos sociais da mesma forma. A proporção de mortes hospitalares é maior entre pacientes analfabetos (63%), negros (43%) e indígenas (42%). No Norte e no Nordeste, os índices de mortes hospitalares são de 50% e 48%, enquanto no Centro-Oeste, no Sudeste e no Sul, de 35%, 34% e 31%, respectivamente. Essa disparidade é fruto das desigualdades econômicas e sociais com as quais o país convive há séculos.
O grito de socorro mais alto vem do Norte do país. Sob o argumento de salvar a economia não ocorreram medidas efetivas para a conter a disseminação da Covid-19 no Amazonas. Em 2020, a região foi a primeira a enfrentar o colapso do sistema de saúde e a situação se agravou neste ano com a falta de oxigênio para atender a frágil estrutura hospitalar. Apenas nos primeiros 20 dias de janeiro de 2021, o coronavírus foi a causa da morte de 945 pessoas em Manaus, quase o mesmo número de mortes somadas no segundo semestre de 2020.
“O grito de socorro mais alto vem do Norte do país. A falta de condições econômicas e precariedade da estrutura pública de saúde sozinhas não justificam as mortes por covid-19”
A falta de condições econômicas e precariedade da estrutura pública de saúde sozinhas não justificam a grande proliferação e as mortes por Covid-19. Aparentemente a União tem se empenhado em favor da disseminação do vírus no território nacional e Manaus é o laboratório a céu aberto. Prova disso é o discurso político em favor da retomada da atividade econômica a qualquer preço, divulgação de notícias falsas, incentivo ao uso de medicamentos sem comprovação científica e mobilização da população para desacreditar as autoridades sanitárias com o objetivo de enfraquecer a adesão às recomendações de saúde.
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