07/07/2021
Morando no Estado desde junho, DJ trabalha em projeto audiovisual que conta com a participação de representantes de povos originários do Brasil
Eleito o quinto melhor DJ do mundo, Alok está passando uma temporada em Minas Gerais. Mas não é a passeio, não. Ele tem trabalhado no primeiro álbum da carreira, que está sendo gravado no estúdio Sonastério, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. O projeto, que também terá uma série documental, é inspirado nas culturas indígenas e contará com a participação de representantes dos povos originários do país.
Nas redes sociais, o DJ tem comentado sobre o novo trabalho e compartilhando imagens feitas no estúdio Sonastério. “É com muita alegria que compartilho esse momento com vocês: comecei a produzir o primeiro álbum da minha carreira. E como fonte de inspiração estou imerso nas raízes indígenas”, escreveu Alok, em publicação feita no dia 21 de junho. “Tudo está sendo registrado e vai se tornar uma série documental produzida pela Maria Farinha Filmes. Ficarei trabalhando aqui pelos próximos 30 dias”, completou o artista.
Em outra postagem, ele afirmou: “Sem dúvidas o projeto mais especial da minha carreira”. Por causa do trabalho em Minas, Alok alugou uma casa, em um condomínio de Nova Lima, e se mudou com a família para lá em junho. O imóvel ficaria perto do estúdio onde acontecem as gravações.
Procurada pela reportagem de O TEMPO, a assessoria de Alok também confirmou a gravação do projeto, que ainda não teve o nome nem a previsão de lançamento divulgados. Nessa imersão cultural, o DJ se propõe a percorrer musicalmente a jornada dos ativistas indígenas Célia Xakriabá, Kunumi MC, Mapu Huni Kuin, Tashka Yawanawa. Ele também contará com a colaboração de lideranças musicais dos povos Kariri-Xocó, Huni Kuin, Yawanawa e Guarani. Os representantes desses povos originários, inclusive, participam das gravações em Nova Lima.
A série documental tem roteiro original de Célia Xakriabá (professora ativista indígena do povo Xakriabá) e Moara Passoni, e direção geral de Tatiana Lohmann. O disco, que também nascerá dessa experiência, terá toda a renda revertida para apoiar os povos indígenas que participam do projeto. Além disso, Alok também vai produzir um álbum para cada um desses povos com as canções tradicionais deles.
Relação com os povos indígenas
A ligação de Alok com os povos indígenas vem de algum tempo. Segundo ele, essa relação começou há mais de sete anos. “No primeiro momento não achava que estava pronto pra receber um cocar do líder espiritual do povo Yawanawa, o Pajé Matsini e um outro do Mapu – liderança Huni Kuin. Porém, ao entender que esse gesto selava a nossa aliança, aceitei a responsabilidade em honrá-lo”, escreveu o DJ em uma postagem nas redes sociais. O artista, inclusive, saiu em defesa dos povos indígenas e pediu que o Supremo Tribunal Federal (STF) derrube o projeto de lei 490 que coloca em risco a demarcação de terras indígenas.