20/11/2021
Fonte:https://www.em.com.br/app/noticia/diversidade/2021/11/20/noticia-diversidade,1324235/dia-nacional-da-consciencia-negra-mulheres-sao-guardias-das-memorias.shtml?utm_source=hardnews&fbclid=IwAR03RFJXgsZQVZ4F7XsWTD4ayjHRs_x48dIrLWY4nsIxnZ-AZHX4T7cojmoMulheres mineiras de três gerações que vivem no Quilombo Manzo, em BH, chamam a atenção para o respeito ao ser humano e fim do preconceito
O sorriso de Mãe Efigênia ilumina o rosto de Makota Kidoialê, alegra o semblante da neta Jéssica Fernanda e, munido de intensa suavidade, parece preencher todos os espaços do Quilombo Manzo, no Bairro Paraíso, na Região Leste de Belo Horizonte.
Nesta geração de três mulheres mineiras, que vivem em comunidade e preservam a cultura ancestral africana, o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado hoje (20) para reverenciar a memória de Zumbi dos Palmares (1655-1695), vai além de uma data.
“Recebi pedrada, ouvi humilhação, meus filhos também já sofreram muito. Hoje, a situação melhorou, há mais entendimento. Devemos acabar com o egoísmo, o racismo, o preconceito, por isso falo em ‘consciência pela vida’, no sentido bem mais amplo”, diz a senhora que teve 13 filhos, cinco dos quais estão vivos, e se orgulha dos 26 netos, mais de 30 bisnetos e dos 20 meninos e meninas criados em sua casa e que lhe pedem a bênção.
“Precisamos de uma ‘consciência pela vida’, e respeito, de amor pelo ser humano”
SAGRADO
“O Dia Nacional da Consciência Negra deve ser de reflexão. É importante trazer para a atualidade a luta de Zumbi dos Palmares e da mulher Dandara, contar esta história e dar continuidade na forma de políticas públicas%u201D
Cada palavra na voz de Mãe Efigênia fortalece sua admiração por quem lhe deu a vida e traz o conhecimento repassado às novas gerações. Com o nome da tradição africana, Makota Kidoialê, nascida Cássia Cristina, de 51, é zeladora do terreiro de candomblé do Quilombo Manzo e guardiã da memória da comunidade, que se estende ao Bairro Bonanza, em Santa Luzia, na Região Metropolitana de BH.
“Hoje a situação está resolvida, mas não foi fácil. Precisamos sair com nossos objetos sagrados, as famílias ficaram divididas por um tempo, enfim, foi uma agressão.”
de 29 anos, casada, mãe de Luan, de 8,
e de Isac, de 5, moradora do Quilombo Manzo
“A coletividade nos ensina a ser gente, a respeitar o próximo, a acabar com os preconceitos. Sou muito feliz aqui, perto da minha mãe e dos orixás%u201D
PRESENTE