Comunidades atingidas pelo rompimento da Barragem da Vale das áreas 4, Pompéu e Curvelo, e da área 5, região do Lago de Três Marias e São Francisco, escrevem carta de reivindicação a fim de conquistar participação no processo de reparação. As cartas foram escritas durante os encontros de Formação em Direitos das Pessoas Atingidas por Crimes da Mineração, que aconteceram entre os dias 11 e 27 de novembro.
Os encontros aconteceram em Pompéu, Abaeté, Morada Nova de Minas, Felixlândia e Três Marias. O objetivo dos atingidos é que as reivindicações feitas durante o evento e registradas na carta sejam amplamente divulgadas e despertem a manifestação do Comitê de Compromitentes (Estado de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Estadual e Defensoria Pública/MG).
As cartas, além de solicitar participação, apontam a importância de assegurar medidas emergenciais, inclusive para os municípios na região do lago de Três Marias.
As comunidades destacam o agravamento dos danos causados pelo rompimento da barragem que se avolumam, desde as doenças físicas e mentais até a desestruturação das cadeias econômicas que dependiam das águas do Paraopeba, Represa de Três Marias e São Francisco.
Pessoas atingidas querem participação junto ao Comitê de Compromitentes
Apesar das peculiaridades de cada região e suas diferentes demandas, há pontos de reivindicação convergentes, como por exemplo a crítica ao acordo assinado em fevereiro de 2021, que, segundo as comunidades, aconteceu sem participação das pessoas atingidas, bem como a forma que vêm sendo implementados seus anexos.
Deste modo, as comunidades solicitam participação igualitária e direta no Comitê de Compromitentes para serem ativos nos processos de decisões relativas ao acordo.
Enquanto Assessoria Técnica Independente (ATI), o Guaicuy acolheu o pedido das comunidades e oficializará a entrega das cartas ao Comitê de Compromitentes.