10/03/2022
Programas do Preta Hub em parceria com Meta e Instituto Alok selecionam 70 beneficiárias em territórios vulneráveis
Setenta mulheres negras e indígenas de todo o país serão apoiadas pelo PretaHub, do Instituto Feira Preta. Em dois programas de aceleração distintos, estão previstos aporte financeiro, mentoria, formação e suporte psicológico para as empreendedoras.
Na aceleração de Negócios de Empreendedoras Negras, em parceria com a Meta, R$1,6 milhão será investido em negócios de 50 mulheres. O objetivo é que as empreendedoras tenham ferramentas para prosperar em seus negócios e que impactem suas comunidades, empoderando economicamente outras mulheres.
Ao longo de seis meses, elas terão cursos sobre controle administrativo e financeiro, ferramentas tecnológicas para automatização de processos, comunicação e
marketing. Cada empresária receberá R$ 32 mil.
No Pretas Potências, programa voltado à economia criativa, em parceria com o Instituo Alok e a cervejaria Black Princess, 20 mulheres negras e afro-indigenas serão apoiadas com 20 mil cada, além de mentoria.
Foram contemplados negócios em novas mídias, design, fabricação digital, tecnologia e musicas oriundos de territórios vulneráveis. Caso de Kaynara Paixão, 27, de São Luiz do Maranhão.
Dona do canal Kay no Crespo (https://www.instagram.com/kaynarapaixao), desde 2017 ela usa as redes sociais para contar como foi sua transição capilar, dá dicas de penteado, beleza e moda para inspirar outras meninas.
Como trabalha e faz faculdade, Kaynara usa o período noturno para criar conteúdo. “Faço tudo sozinha, às vezes passo a madruga lavando o cabelo”, conta.
Com a aceleração, ela pretende investir em equipamentos, conhecer pessoas e agregar valor ao seu conteúdo.
“No meu estado muitas marcas ainda não olham para criadoras negras, temos que nos dedicar três vezes mais para nos destacar. Ainda estou anestesiada, essa é uma grande oportunidade”, comemora.
Essa discrepância foi apontada pela pesquisa Potência Negra, elaborada pela PretaHub e pelo Instituto Locomotiva Brasil em novembro de 2021. A falta de disponibilidade de dinheiro é o fator de que a população negra sente mais falta para alcançar seus sonhos empreendendo.
“Um dos gargalos do empreendedorismo negro é o crédito”, afirma Adriana Barbosa, CEO do (https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2019/11/bisneta-de-escravizada-apoia-oempreendedorismo-negro.shtml)PretaHub (https://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/2019/11/bisneta-de-escravizadaapoia-o-empreendedorismo-negro.shtml) e fundadora da Feira Preta, um dos maiores eventos de cultura negra no país.
“Não é possível falar de evolução da população negra sem a união da capacitação e do acesso a recursos, pois somente essa combinação é capaz de transformar o empreendedorismo de sobrevivência, hoje a principal razão de empreender desta comunidade, em oportunidade bem-sucedida de negócio”, completa.