20/10/2022
Veículo da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no Ministério da Saúde, foi retido pelos indígenas da Aldeia Kiriri, de Caldas (MG). Cacique destaca promessa por carro para a aldeia.
Os indígenas mantêm um carro do governo federal retido na Aldeia Kiriri, de Caldas (MG), em protesto por melhorias na área da saúde. Eles pedem um veículo para a aldeia, para que os indígenas não percam exames marcados em outras cidades. Os indígenas também reivindicam um poço-artesiano.
O carro está retido no local desde o dia 28 de setembro. Na oportunidade, representantes da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no Ministério da Saúde, se deslocaram de Governador Valadares (MG) até a aldeia.
Os profissionais estiveram no local para fazer a análise da água que os indígenas recebem por meio de caminhões-pipa. Quando eles iriam embora, os indígenas disseram que o carro ficaria na aldeia para que os profissionais buscassem por melhorias na área da saúde e também viabilizassem a construção de um poço artesiano na aldeia.
“É um protesto para chamar a atenção da Sesai, pois se não fizermos isso, eles nunca vão nos atender do jeito que a gente precisa. Então, fizemos esse protesto, o carro está aqui. Já tivemos reunião com o delegado da Polícia Federal de Varginha. Ele está organizando com a Sesai, Funei e o Ministério Público Federal para conversar com a gente, trazer outro carro e levar esse aqui. Enquanto a gente não resolver, o carro vai continuar aqui detido”, disse o cacique Adenilson França Santos.
Indígenas mantêm carro do governo federal retido em protesto por melhorias na saúde em MG — Foto: Reprodução/EPTV
A aldeia possui profissionais de saúde que realizam atendimentos no local. A reivindicação por um carro ocorre por conta de que exames são marcados para serem realizados em outras cidades. Segundo o cacique, a falta de um carro dificulta o deslocamento e faz também com que, em alguns casos, o prazo para a realização seja perdido pela falta de transporte.
“Se não tiver um carro aqui, a gente perde muitos exames. Hoje nosso problema é exame, porque o médico passa um exame para fazermos em Poços de Caldas, Pouso Alegre, tivemos uma criança que foi para Belo Horizonte. A prefeitura quem cedeu o carro para levar, se não teríamos perdido um exame muito importante. As vezes são dois anos para marcar e a gente perde porque não tem o transporte. Nossa reivindicação é por conta do transporte”, falou.
Outra reivindicação dos indígenas é para a construção de um poço artesiano na aldeia. A água que chega por meio de caminhões-pipa, segundo eles, não tem suprido a necessidade. O cacique ressaltou que o protesto foi uma iniciativa de todos os indígenas e não apenas dele.
“A revolta foi dos indígenas. Muita gente pode falar que é o cacique que incentivou, mas os indígenas ficaram revoltados e falaram para fazer isso e chamar a atenção. O meu dever é ter diálogo com eles para gente ver se consegue o carro para ficar aqui definitivamente”, comentou.
A aldeia Kiriri está instalada em Caldas há 5 anos e oito meses e a comunidade tem cerca de 80 habitantes. As reivindicações no local, conforme o cacique, são para que “um pouco do nosso sonho que a saúde do indígena” seja realizado.
A EPTV, afiliada Rede Globo, entrou em contato com a Sesai e também com a Funai. Nenhum resposta sobre o caso foi enviada até a última publicação desta reportagem.