“O que nós fizemos aqui hoje é o pagamento de uma dívida histórica que a supremacia branca construiu neste país”, afirmou o presidente Lula

O presidente Lula discursou na presença das ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Margareth Menezes (Cultura), e também dos ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) — Foto: Ricardo Stuckert 20.11.2023

No Dia da Consciência Negra, celebrado em todo o país nesta segunda-feira (20), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, durante solenidade no Palácio do Planalto, um pacote composto por 13 ações destinadas a ampliar a igualdade racial no Brasil. Em sua declaração, o presidente destacou que essas medidas representam “o pagamento de uma dívida histórica que a supremacia branca construiu” no país.

“O que realizamos aqui hoje é o pagamento de uma dívida histórica que a supremacia branca construiu neste país, desde que esse país foi descoberto. Nós queremos apenas recompor aquilo que é uma realidade de uma sociedade democrática”, afirmou o presidente.

Dentre as medidas divulgadas,estão: a titulação de territórios quilombolas, o tombamento de quilombos, o reconhecimento do Hip Hop como referência nacional, a oferta de bolsas de estudo para intercâmbio em países como Colômbia, Cabo Verde e Moçambique, além do fornecimento de atendimento psicossocial para mães e familiares vítimas de violência, entre outras iniciativas.

“Não há diferença entre nós pela cor da pele, pelo tipo de cabelo ou pela roupa que usamos porque somos todos irmãos. Viemos do mesmo pai, moramos no mesmo planeta e temos o sangue da mesma cor. Tudo o que estamos fazendo é uma tentativa de recompar as coisas que foram destruídas e recolocar no lugar coisas que foram tiradas”, acrescentou.

Novamente, o presidente utilizou a metáfora da “terra arrasada” para ilustrar a condição em que encontrou as instituições brasileiras ao assumir a Presidência da República e justificar a demora em implementar algumas ações. Nesse sentido, ele pediu que a militância cobre a implementação das políticas públicas no país. “Essas coisas para andarem, vocês não podem deixar de cobrar para elas funcionarem”.

Ministra fala em acesso igualitário

Às vésperas do Dia da Consciência Negra, na noite de domingo, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, discursou na cadeia nacional de rádio e televisão. Ela defendeu a igualdade de direitos e oportunidades para o povo negro, bem como seu acesso à educação, saúde, emprego e salário justo.

Em seu pronunciamento no domingo, ela lembrou da diversidade cultural do país e da contribuição histórica dos negros para essa diversidade. Mas, reforçou que “essas diferenças não podem significar desigualdade de oportunidades e direitos”.