Mais de 40 mulheres indígenas se reuniram no início deste mês (09) na aldeia Katurama, no município de São Joaquim de Bicas, em Minas Gerais, para participar da reunião de avaliação do 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Minas Gerais, realizado em julho deste ano. A aldeia dos povos Pataxó e Pataxó HãHãHã sediou a atividade que buscava fortalecer o processo organizativo das mulheres indígenas de Minas Gerais.
A reunião, organizada pelas mulheres indígenas do estado, contou com o apoio do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) Regional Leste, do Fundo de Ação Urgente – Latina América e Caribe (FAU-LAC) e, ainda, com a parceria do Departamento das Mulheres da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme).
A aldeia Katurama dos povos Pataxó e Pataxó HãHãHã sediou a atividade das mulheres indígenas de Minas Gerais
Estiveram presentes no encontro a vice coordenadora da Apoinme, Carliuza Francisca Kiriri.; a coordenadora do Departamento de Mulheres da mesma instituição, Giselma Xucuru-Kariri; Maria Rosaria Schaper, do Coletivo de Mulheres do Cimi Regional Leste e o coordenador do Cimi Regional Leste, Haroldo Heleno. Outros parceiros locais oriundos do campo da educação e da saúde também participaram da atividade.
A reunião ocorreu após a realização do 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Minas Gerais, realizado entre os dias 28 e 31 de julho deste ano, na Aldeia Ibiramã Kiriri do Acre de Caldas, localizada na região sul de Minas Gerais. Durante a atividade de avaliação do Encontro, as participantes analisaram o momento atual da política indigenista, os ataques e ameaças que se colocam sobre os povos indígenas e rememoraram a trajetória de mobilização das indígenas do estado. Na ocasião, as mulheres apresentaram uma proposta de continuidade dos encontros e das atividades apoiadas pelo Cimi e em cooperação com a FAU-LAC.
A reunião ocorreu após a realização do 1º Encontro de Mulheres Indígenas de Minas Gerais
As discussões se voltaram, principalmente, para a criação do Coletivo de Mulheres Indígenas de Minas Gerais, que deverão ser ampliadas e aprofundadas junto as comunidades indígenas de todo o estado. Sua consolidação se apoiará na articulação e mobilização das mulheres indígenas do estado, em sua formação integral e participativa e no fortalecimento do processo organizativo, por meio de projetos de vida que garantam o direito à educação, saúde, lazer, economia, cultura e espiritualidade.
Diante da dimensão geográfica do estado de Minas Gerais, as mulheres deliberaram pela criação de vários espaços de articulação e reflexão: o Coletivo, ocupado pelas mulheres indígenas de todos os povos do estado; as comissões focais, formadas por representantes das várias regiões do estado, os grupos locais, conformados no espaço das aldeias e a coordenação do Coletivo.
As discussões se voltaram para a criação do Coletivo de Mulheres Indígenas de Minas Gerais
Durante o evento também se enfatizou a necessidade de articulação com as bases e o envolvimento das lideranças das aldeias, sejam homens ou mulheres. As participantes também propuseram a realização de dois eventos para este ano: um encontro com todas as cacicas do estado de Minas Gerais e uma reunião no formato online com todas as envolvidas no processo de construção do Coletivo. Para o próximo ano, estão previstas o Encontro de Cura a ser realizado, no Vale do Jequitinhonha, e mais uma atividade de avaliação das atividades para conformação do Coletivo.
Outras propostas como a candidatura a editais de financiamento para obtenção de recursos para garantir a sustentabilidade das atividades do Coletivo também sugiram durante o evento.