02/04/2024
Fonte:https://www.cnnbrasil.com.br/blogs/caio-junqueira/politica/comissao-da-anistia-aprova-caso-inedito-de-reparacao-coletiva-a-indigenas-por-repressao-na-ditadura-militar/?utm_source=whatsapp&utm_medium=whatsapp-link&utm_content=canalColegiado estima que pelo menos 8 mil indígenas foram mortos por ações do regime; julgamentos foram marcados para a memória dos 60 anos do golpe de 1964
Comissão da Anistia aprova caso inédito de reparação coletiva a indígenas por repressão na ditadura militar
A Comissão de Anistia aprovou nesta terça-feira (2), pela primeira vez, um caso de reparação coletiva por repressão e danos causados a uma comunidade indígena durante o regime militar.
Trata-se da Comunidade Indígena Krenak, de Minas Gerais, que foi alvo de deslocamentos forçados, prisões, torturas e maus tratos durante o regime.
Nunca houve no país reparação a indígenas por danos causados durante o regime. O colegiado estima que pelo menos 8 mil indígenas foram mortos por ações da ditadura militar brasileira.
Após a aprovação, a comissão também concedeu a reparação ao caso referente à Comunidade Indígena Guyraroká, do Mato Grosso do Sul. Depois, o colegiado irá analisar o que ficou conhecido como “caso da Missão Diplomática Chinesa”.
Ela era composta por nove pessoas, que foram presas e torturadas sob a acusação de estarem no Brasil para instalar o comunismo. Elas haviam sido convidadas pelo presidente deposto João Goulart.
“É uma sessão histórica, porque é a primeira vez que será julgada uma reparação coletiva”, disse mais cedo à CNN a presidente da Comissão de Anistia, Enéa de Stutz e Almeida. De acordo com ela, “pela primeira vez o Estado brasileiro vai pedir desculpas pela perseguição que há mais de cinco séculos faz a indígenas”.
Os julgamentos têm caráter simbólico e foram marcados para a memória dos 60 anos do golpe de 1964.