06/02/2025
Seis anos depois da tragédia, três pessoas seguem desaparecidas; material localizado foi levado para análise pericial em Belo Horizonte
Rompimento da barragem em Brumadinho (MG) completou seis anos
O Corpo de Bombeiros de Minas Gerais encontrou, segundo a corporação, “vários segmentos de interesse” na área de buscas pelas vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na Grande BH, na manhã desta quinta-feira (6). A informação foi adiantada em primeira mão, pelo vice-governador professor Mateus Simões (Novo), durante entrevista exclusiva ao Balanço Geral Minas.
Os segmentos estavam a 6 km do ponto de rompimento, segundo a corporação. De acordo com o tenente Henrique Barcelos, porta-voz dos Bombeiros, outros fragmentos já foram localizados na área e os encontrados pode ter vindo de um ponto mais longe por causa do movimento da lama.
“Os bombeiros estão há seis anos fazendo buscas. Acabamos de receber a notícia de que, próximo a pousada que também foi destruída pela lama, um segmento foi encontrado. Ele está a caminho do IML (Instituto Médico-Legal)”, declarou o político ao afirmar que espera ter resultado da perícia até o fim do dia.
“São mais de 2.200 dias trabalhando na Operação Brumadinho, nas buscas pelas joias ainda não encontradas. Os segmentos foram encaminhados à perícia da Polícia Civil para as devidas análises e procedimento de identificação”, completou o Corpo de Bombeiros.
1 – Maria de Lourdes da Costa
A corretora de imóveis, de 59 anos, estava na cidade mineira a passeio. Malu, o marido, os enteados e a companheira de um dos enteados estavam na Pousada Nova Estância quando a barragem rompeu. Eles iriam conhecer o museu de Inhotim e celebrar a gravidez de uma das parentes, mas a hospedaria foi levada pela lama e todos morreram.
2 – Tiago Tadeu
O engenheiro mecânico de 34 anos era funcionário da Vale. Ele atuava em outra unidade da empresa, mas havia sido realocado na mina do Córrego de Feijão 20 dias antes da tragédia.
3 – Natália Porto de Oliveira
A jovem de 25 anos era estagiária da mineradora. Ela havia concluído o curso de técnica em mineração e estava em busca de uma consolidação profissional.
O governo contabiliza 272 vítimas da tragédia, sendo dois bebês ainda em gestação. O rompimento completou seis anos em janeiro e nenhum réu foi julgado até hoje. Em março de 2024, a Justiça arquivou as denúncias contra o ex-presidente da Vale, Fábio Schvartsman. O processo continuou com acusações contra 15 pessoas, dentre gestores da Vale e da Tüv Süd, empresa que atestou a estabilidade da barragem. As duas companhias também foram processadas.
As ações penais que tratam do rompimento da barragem estiveram suspensas no período de abril de 2024 a setembro de 2024 por decisão do Ministro Sebastião Reis Júnior, do Superior Tribunal de Justiça. No dia 09 de setembro, foi retomada a contagem do prazo para apresentação de resposta à acusação.