10/02/2011
CONVIDO A TODOS OS CAMARADAS DA ACESA PARA ASSISTIREM A DEFESA DA DISSERTAÇÃO ORIGINÁRIA DA PESQUISA DE CAMPO REALIZADA NO PERÍODO DE MAIO A OUTUBRO DE 2010 NA ASSOCIAÇÃO CULTURAL EU SOU ANGOLEIRO (BELO HORIZONTE /MG). TRATA-SE DE UM ESTUDO ETNOGRÁFICO SOBRE AS PRÁTICAS DE APRENDIZAGEM /NA CAPOEIRA ANGOLA E SUAS RELAÇÕES COM O LAZER.
O TRABALHO FOI REALIZADO PARA O MESTRADO EM LAZER DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA UFMG.
A DEFESA OCORRERÁ NO DIA 11 DE FEVEREIRO DE 2011 NO MINI-AUDITÓRIO DA ESCOLA DE EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIOTERAPIA E TERAPIA OCUPACIONAL DA UFMG (ENTRADA PELA AV. CARLOS LUZ). O EVENTO É ABERTO AO PÚBLICO E GRATUITO.
APROVEITO PARA AGRADECER MAIS UMA VEZ A RECEPTIVIDADE DE TODOS OS CAMARADAS DURANTE A REALIZAÇÃO DA PESQUISA.
OBRIGADA!
PATRÍCIA CAMPOS LUCE
RESUMO
O objeto desta pesquisa são as práticas de aprendizagem da capoeira angola, entendida como prática de lazer. Para descrever/analisar a aprendizagem da capoeira angola foi utilizada a abordagem da aprendizagem situada em comunidades de prática (LAVE e WENGER, 1991) e o conceito de habilidade (skill) de Ingold (2000, 2001). O estudo aborda a aprendizagem enquanto um aspecto inerente a toda prática social (LAVE e WENGER, 1991) e a cultura como habilidade (INGOLD, 2000, 2001). Elaborado a partir de uma incursão etnográfica no universo das práticas cotidianas de capoeira angola entre as pessoas do grupo de capoeira angola "Eu Sou Angoleiro" de Belo Horizonte, a pesquisa deu visibilidade a aspectos importantes do processo de aprendizagem. Revelou que na capoeira angola, o modo de aprender situado (nas relações entre pares e no compartilhamento das práticas) é hegemônico. A aprendizagem da capoeira angola está difusa nos diferentes modos de participação na prática social e envolve mais do que técnicas, táticas e regras. Nas práticas de capoeira angola cotidianas os praticantes aprendem a capoeira angola e nela constituem identidades, significados, disposições corporais, tipos de atenção, emoções e conhecimentos. Como parte das redes de sociabilidade, os praticantes incorporavam o jogo de capoeira angola — que se compõe de relações sociais complexas, diferentes formas de participação, relações de poder, etc. Não se trata, entretanto de um processo de assimilação passiva, em que o corpo vai sendo moldado. Ao contrário, numa relação tensa e sutil, a cultura da capoeira angola marca o corpo dos praticantes ao mesmo tempo em que é marcada por ele. O processo de engajamento nas práticas cotidianas do grupo de capoeira angola e, portanto, o processo de aprendizagem da capoeira angola, é também um modo particular de construção de pessoas (angoleiros). O engajamento nas práticas de lazer produz mais do que apenas conteúdos culturais (entendidos como representações mentais), mas produz, também, diversas aprendizagens que constituem modos de produção de pessoas.