06/08/2014
O Museu do Índio, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) no Brasil, realiza a partir do dia 9 de agosto no Espaço Museu das Aldeias/Museu do Índio, em Botafogo, a exposição “Ashaninka – O Poder da Beleza”.
A quarta edição do Programa Índio no Museu é dedicada aos Ashaninka, povo que habita a região de fronteira entre o Brasil e o Peru no estado do Acre. A mostra “Ashaninka, O Poder da Beleza” revela, a partir de mitos, fotos e objetos de uso ritual e cotidiano, os dois grandes eixos a partir dos quais gira a cosmovisão do povo Ashaninka: a procura pela imortalidade e a fragilidade do amor.
Além da exposição, nos dias 9 e 10 de agosto, sábado e domingo, sempre às 16 horas, o público terá a oportunidade de conversar com os próprios Ashaninka, que estarão no Museu do Índio para falar sobre suas tradições e seu modo de vida nas aldeias.
A exposição
Tomar banho e fazer uma pintura facial ao acordar são rituais obrigatórios para um Ashaninka. Toda essa preocupação com a estética, fortemente presente na vida cotidiana das aldeias, está representada em fotos. As imagens mostram a potencialidade da arte corporal Ashaninka e a preparação de seus corpos para guerrear e seduzir.
Chapéus, carimbos e desenhos também estão na mostra, além de adornos corporais e roupas, como o Kitarentse – túnica longa que comunica corpo e cosmos – e os Txoxiki – grandes colares feitos com sementes. Cada linha desenhada, tatuada ou tecida é conectada aos mitos e à vida social Ashaninka.
Nos espaços expositivos do Museu do Índio, em Botafogo, o visitante encontra, em mostras etnográfica e fotográfica, toda a riqueza da arte corporal e do poder da beleza que se manifesta no universo da etnia. Ao percorrer as exposições, o público compreende o significado da arte no modo de vida desse povo. A parceria direta com os índios é uma das prioridades dessa iniciativa, que tem como objetivo a documentação e a divulgação da cultura material indígena. A curadoria é assinada pelos pesquisadores Peter Beysen e Sonja Ferson.
Os Ashaninka
Os Ashaninka ocupam, hoje, uma região de fronteira entre o Brasil e o Peru. Somam aproximadamente 70 mil pessoas, sendo a maioria habitante de aldeias em território peruano. No Brasil, as aldeias se localizam nas proximidades dos Rios Envira, Amônia e Riozinho, no Acre. Pertencem à família linguística Aruak (ou Arawak) e são o principal componente do conjunto dos Aruak sub-andinos, junto com os Matsiguenga, Nomatsiguenga e Yanesha (ou Amuesha). Apesar de existirem diferenças dialetais, os Ashaninka apresentam uma grande homogeneidade cultural e linguística.