A HIDRELÉTRICA BELO MONTE Perspectivas socioambientais, culturais e energéticas

09/03/2011

Simpósio


  A HIDRELÉTRICA BELO MONTE

Perspectivas socioambientais, culturais e energéticas

 

 

 

Após quase duas décadas de crise econômica nacional, os anos 2000 marcaram a retomada de antigos projetos e a aceleração de novos. Na Amazônia, aos projetos que nos anos 1980 foram abolidos pela manifestação pública nacional e internacional organizada em torno de povos indígenas e ambientalistas, como no caso da barragem de Belo Monte, no Xingu, juntaram-se as duas barragens no rio Madeira, Jirau e Santo Antônio, em construção; e quase duas dezenas previstas para os rios Tocantins, Tapajós, Teles Pires, apenas para citar aquelas cujos estudos de viabilidade já foram concluídos. Caracterizam estes empreendimentos a franca colisão com os modos de vida tradicionais, de Povos indígenas e ribeirinhos, com áreas de proteção ambiental em biomas protegidos pela legislação (Amazônia e Mata Atlântica, por exemplo). E, ademais, processos de decisão marcados por controvérsias sociotécnicas e disputas jurídicas (em cortes nacional e internacional) que apontam para situações de conflitos relevantes, envolvendo uma multiplicidade de atores..

Nenhuma hidrelétrica representa, no momento, o que Belo Monte representa com os seus muitos e profundos impactos sociais e ambientais previstos. Planejada para ser instalada em uma das áreas de maior diversidade cultural e biológica do país, além de inundar uma área de mais de 600 km2, promoverá até 80% de redução da vazão de um trecho de mais de 100 km que compreende a Volta Grande do Rio Xingu. Nesta área, residem os Arara, os Juruna e os Xikrin, além de milhares de famílias ribeirinhas, indígenas e não-indígenas. Ainda no Médio Xingu e seus tributários, residem os Parakanã, os Asurini, os Kararaô, os Araweté, os Arara, os Xipaia e Kuruaia, além de centenas de famílias que habitam nas Unidades de Conservação que conformam o corredor ecológico do Xingu (Resexs, APA, FLONA, ESEC, PARNA). Mais próximos das cabeceiras do rio Xingu, estão os Kayapó do Sul do Pará, os Metuktire e os diversos Povos que habitam no Parque Indígena do Xingu.

É necessário adensar a discussão sobre essa barragem sobretudo naquilo que ela significa para as populações afetadas. Assim, no 14 de março, a Universidade Federal de Minas Gerais, através do Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA), e o GT Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos da Associação Brasileira de Antropologia (ABA), resolveram promover este simpósio para que especialistas no assunto possam debater tema que tanto interessa à opinião pública nacional e internacional.

PROGRAMAÇÃO:

Expositores:

Profa Sonia Maria Barbosa Magalhães (UFPA-ABA)

Prof. Oswaldo Sevá Filho (UNICAMP)

Prof. Francisco Del Moral (USP)

 

Coordenação:

Profa. Andréa Zhouri (GESTA/UFMG – ABA)

DATA: 14 de MARÇO

HORÁRIO: 19:00 horas

LOCAL: Auditório Sonia Viegas (UFMG)

 

REALIZAÇÃO: Grupo de Estudos em Temáticas Ambientais (GESTA-UFMG) e GT Povos Tradicionais, Meio Ambiente e Grandes Projetos da ABA

APOIO: Diretoria da FAFICH; Departamento de Sociologia e Antropologia; CACS e CASa

 

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