05/10/2023
Escritor é o primeiro representante indígena a ocupar uma cadeira na tradicional instituição
Ailton Krenak. Reprodução/Wikipedia
O escritor, filósofo e ativista indígena Ailton Krenak foi eleito imortal pela Academia Brasileira de Letras, na tarde desta quinta-feira (5). Ele é a primeira personalidade indígena a conquistar uma posição na instituição, ocupando a a cadeira de n° 5, vaga desde o falecimento de José Murilo de Carvalho.
O autor de “Ideias para adiar o fim do mundo”, um dos principais livros sobre a cosmovisão das comunidades indígenas, é do povo Krenak, em Minas Gerais.
Ele disputou a cadeira com Mary Del Priore, Raquel Naveira, Antônio Hélio da Silva, J. M. Monteirás, Chirles Oliveira Santos, Daniel Munduruku, José Cesar Castro Alves Ferreira, Gabriel Nascentes, Ney Robinson Suassuna, Denilson Marques da Silva, José Ricardo dos Santos Rodrigues, Martinho Ramalho de Melo, Luiz Coronel e Maria Madalena Eleutério de Barros Lima.
No Instagram, a ABL prestou homenagem:
Ailton Krenak é escritor de renome e figura central no movimento literário indígena do país. Sua voz é fundamental para o cenário atual, pois é elo entre a rica herança cultural e histórica dos povos originários e a literatura nacional. Esta eleição é um marco na ABL, que reafirma o seu compromisso em promover a diversidade e a inclusão na instituição e na literatura brasileira.
Ailton Krenak também escreveu os livros “A vida não é útil” e “Futuro Ancestral”, que trazem reflexões, junto com o primeiro da série, sobre a destruição que o ser humano, branco e capitalista, causou na natureza, e como lidar com isso futuramente – ou já estamos lidando.
Krenak também teve papel fundamental na promulgação da Constituição de 1988, que completa 35 anos nesta quinta, ao pressionar os constituintes para assegurar direitos indígenas no documento.