10/12/2023
Em nota nas redes sociais, indígenas deram sua versão do confronto com os militares
Segundo indígenas, a depredação da viatura da PM só teria acontecido por indignação com a truculência dos militares — Foto: Arquivo Pessoal
O Povo Xakriabá acusa a Polícia Militar de Minas Gerais de agir com truculência e torturar indígenas, após confronto que resultou na morte de um jovem, na madrugada deste domingo (10). Alisson Lacerda Abreu, de 25 anos, levou um tiro no peito e morreu na hora.
A confusão aconteceu durante um evento beneficente, na Aldeia Xakriabá, em São João das Missões, no Norte de Minas. Os militares usaram spray de pimenta e dispararam com arma de fogo contra os indígenas. Estes depredaram a viatura da PM e arremessaram cadeiras e garrafas contra os policiais.
Na versão dos militares, os agentes foram recebidos com hostilidade e precisaram reagir. Já o relato dos indígenas é de que a truculência partiu da PM e a reação deles só se deu por indignação com o tratamento, principalmente após a morte de Alisson.
Na nota divulgada pelo Povo Xakriabá, o relato é de que os policiais entraram na reserva indígena sem consultar as lideranças. “De acordo com as testemunhas, a PM invadiu casas e intimidou os moradores. Testemunhas que tiveram suas casas reviradas pelos PM, afirmam que quatro menores não indígenas foram agredidos, e sete jovens Xakriabá foram torturados, detidos e levados para 30º Batalhão da polícia militar de Januária-MG”, publicaram.
A Polícia Militar, por sua vez, afirma que os militares só usaram a força para defender a própria vida. “Os militares verbalizaram sem sucesso com os agressores, tendo utilizado spray de pimenta e, como os agressores continuaram a investir contra a guarnição policial, foi necessário usar arma de fogo e utilizar um veículo particular de terceiro para chegar a um local mais seguro”, afirma a corporação, em nota enviada à reportagem.