12/07/2011
A sala de cinema Alexandre Robatto realiza um ciclo de documentários em homenagem ao cineasta, escritor e diretor Carlos Pronzato. Argentino naturalizado na Bahia, Pronzato mostra em seus trabalhos a realidade das lutas sociais e dos fatos históricos. Tudo isso através de um olhar aguçado e extremamente crítico. A programação que acontece entre os dias 15 e 21 de julho inclui quatro produções e a entrada é franca. Confira!
Programa das 14h30
Caramurú, o Galego Tupinambá (BRA/ESP, 2010)
Direção: Carlos Pronzato e Lois Pérez Leira
Duração: 55 min
Sinopse – Diogo Alvarez Correa, o Caramurú, chega às costas de Salvador, Bahia (atualmente o bairro do Rio Vermelho), em 1509, após sobreviver a um naufrágio. Abateu um pássaro com um tiro certeiro e foi logo chamado de Caramurú, o “homem de fogo”. Mas há outra versão: mulheres indígenas o teriam encontrado escondido nos rochedos e cuidaram dele salvando-lhe a vida. Em 1549 foi colaborador fundamental do primeiro governador-geral do Brasil colonial, Thomé de Souza, na fundação da cidade de Salvador. Antes, em 1546, após ter se encontrado com Caramurú, o donatário da Capitania de Porto Seguro, Pero do Campo Tourinho, escreveu ao rei de Portugal: “…e ora sou informado por um Diogo Álvares, o Gallego, língua que lá era morador…” . Por causa dessa carta, historiadores espanhóis defendem a origem galega de Caramurú. A partir disto e através de depoimentos de estudiosos e personalidades interessadas no tema, o documentário passa em revista o período histórico da fundação da brasilidade assim como estabelece a origem de Caramuru.
A Bahia de Euclides da Cunha (BRA, 2010)
Direção: Carlos Pronzato
Duração: 50 min
Sinopse – A partir de depoimentos de estudiosos da obra de Euclides da Cunha e conduzidos pelo escritor Oleone Coelho Fontes, autor do livro “Euclides da Cunha e a Bahia” (editora Ponto e Vírgula, 2009), o documentário oferece um panorama dos passos de Euclides da Cunha na Bahia, quando aqui esteve em 1897 durante a Guerra de Canudos, imortalizada no seu livro “Os Sertões”.
Programa das 17h
Comédia Negra de Buenos Aires: Teatro Afro-Argentino (BRA/ARG, 2011)
Direção: Carlos Pronzato
Duração: 37 min
Sinopse – O documentário dá visibilidade a facetas do processo de exclusão racial dos negros/as argentinos/as, a partir de depoimento de Carmen Platero, que, junto sua irmã Susana, criou a Comédia Negra, na década de 80. A obra permite ainda algumas comparações, decorrentes do processo de negação do povo negro na diáspora. Enquanto no Brasil se ‘criou’ o mito da democracia racial, na Argentina, difundiu-se a idéia de que lá não existem mais negros/as. Na verdade, o povo negro argentino sofreu vários processos de genocídio, tendo sido os principais escolhidos a lutar pelo país nas várias guerras latinas e, assim, tornaram-se os primeiros desaparecidos do país, representando hoje, algo em torno de, apenas, 1% da população. Há poucos meses a população negra argentina realizou o seu 1º congresso nacional.
Até Oxalá vai à Guerra – Uma história de racismo e intolerância religiosa (BRA, 2008)
Direção: Carlos Pronzato e Stefano Barbi-Cinti.
Duração: 40 min
Sinopse – As ações violentas executadas pela Prefeitura de Salvador através da demolição do Terreiro Oyá Onipo Neto conduzido por Mãe Rosa da Avenida Jorge Amado, surpreenderam negativamente por configurar um ato de intolerância Religiosa. Salvador, a capital da Bahia é uma das cidades que tem o maior número de templos religiosos de todo o mundo, incluindo igrejas católicas e evangélicas, centros espíritas, casas de umbanda e terreiros de candomblé. É também a cidade que possui a maioria dos seus habitantes negros, mas onde o racismo em sua diversidade e sutileza acaba tendo ações devastadoras.