Segundo a PM, 10 homens armados invadiram fazenda nesta sexta-feira (29) e agrediram trabalhadores rurais que ocupavam o local. Polícia foi acionada; Incra se posicionou.
Três integrantes do Movimento Unidos dos Sem-Terra (MUST 2) que ocupam uma área na Fazenda da Barra, na zona rural do município de Prata, ficaram feridos durante um conflito na madrugada desta sexta-feira (29). De acordo com a Polícia Militar (PM), um grupo com 10 homens armados e encapuzados invadiu o local atirando para o alto e agredindo os ocupantes. Carros e algumas casas também foram danificadas pelos criminosos.
Os militares das cidades de Prata e de Campo Florido foram para a fazenda durante a manhã para apurar os fatos e garantir a segurança dos assentados que retornaram para a área.
O assentamento onde as agressões ocorreram ocupa uma área de aproximadamente 3.500 hectares e fica no km 144 da BR-153. A advogada que representa o MUST 2, Marilda Ribeiro, informou que os feridos, incluindo mulheres, foram agredidos com coronhadas e que os carros dos trabalhadores rurais foram baleados.
O comandante da PM em Prata, capitão Advaldo Andrade da Silva, disse que as testemunhas relataram que havia cerca de 90 pessoas no local e que, depois do ataque, muitos foram embora. Ninguém foi baleado, mas três pessoas sofreram lesão corporal por parte dos agressores e foram levadas com ferimentos leves para hospitais da região.
A advogada do movimento, Marilda Ribeiro, explica que as famílias estavam assentadas em uma das três fazendas que compõem a área desde 2015 e, recentemente, ocuparam outras duas fazendas. Marilda informou que o movimento tem autorização de posse do local.
A suspeita, segundo relato das vítimas, é de que o mandante do ataque seja um empresário para o qual a terra está alienada. O empresário, José Orlando Antunes Silveira, não quis comentar as acusações. O advogado dele, Paulo José Gouveia Júnior, informou que a Justiça vai apreciar a discussão.
A assessoria de comunicação do Incra informou que a ouvidoria do instituto está em contato com o movimento para ajudar a solucionar o conflito.
A PM faz rastreamentos pela região para identificar os autores e encaminhou os materiais apreendidos para a Polícia Civil.
“Eles relatam que a ação durou apenas 15 minutos e foi tudo muito rápido. Ainda não foi possível identificar os autores porque estavam encapuzados. Nós levantamos as informações preliminares e recolhemos cápsulas de calibre 38 e 12 que serão repassadas à Polícia Civil para investigação do crime”, comentou o capitão.