13/12/2011
Em 14 de dezembro, o CONDEPI (Comitê Nacional de Defesa dos Povos Indígenas de Mato Grosso do Sul), a Comissão Nacional de Proteção aos Povos Indígenas da OAB/MS e a CNBB estadual, que também o integram, estão organizando um ato cívico, religioso e ecumênico para homenagear os mais de 250 índios mortos em Mato Grosso nos últimos anos.
A celebração começará às 9 horas, em frente à Catedral de Nossa Senhora da Abadia, na Paróquia Santo Antônio. Em seguida haverá um ato político, com presença de representantes de todas as entidades ligadas ao Comitê sediadas em Campo Grande e de outras pessoas, que queiram aderir ao evento em defesa dos povos indígenas e dos Guarani-Kaiwá, em particular.
O convite para a participação é aberto por uma frase que merece ser citada, mesmo por quem não tem qualquer religião mas se indigna com as injustiças e luta contra elas: “O que foi que você fez? Ouço o sangue do seu irmão clamando da terra por mim”! (Gn 4,10).
A cada ano, Mato Grosso do Sul choca o Brasil com sua ignóbil capacidade de liderar as estatísticas de mortes de indígenas. Nenhuma comunidade – seja ela cristã, agnóstica ou ateia – pode se manter indiferente e calada diante das atrocidades e do verdadeiro genocídio que o estado está praticando contra índios que nele nasceram e vivem!
Na minha ignorância bíblica, me permito usar a imagem que suponho ser do Gênesis e acrescentar: o sangue de milhões de indígenas mortos cobre parte do solo de cada estado desde País, desde 1500. Mas o sangue que Mato Grosso do Sul derrama, em pleno século XXI, é um ultraje para a humanidade de cada brasileiro e brasileira dignos. Que essa vergonha criminosa tenha um ponto final!