05/05/2020
Presidente da Federação das Comunidades Quilombolas de Minas diz que governos estadual e federal não têm dado suporte em meio à pandemia do coronavírus
“O povo Quilombola está ainda mais abandonado, tanto na esfera federal quanto na estadual, depois da crise do coronavírus”. A afirmação é de Jesus Rosário Araújo, de 41 anos, presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Estado de Minas Gerais (N’Golo).
São muitos os problemas que afligem os quilombolas, segundo Jesus. Ele diz que esse é o pior período enfrentado pela comunidade. “Nossa ajuda é pouca ou quase nenhuma, já que os órgãos governamentais praticamente foram extintos. Existem no papel, mas não realmente. A Comissão de Povos e Comunidades Tradicionais, a Comissão de Desenvolvimento Sustentável, o Conselho de Igualdade Racial, o Conselho de Saúde, todos em nível estadual, não mais funcionam e não conseguimos também qualquer apoio a nível federal, pois sequer somos recebidos”.
Segundo ele, os maiores problemas do povo quilombola, hoje, são relacionados à higiene e à alimentação. “O Norte e Nordeste mineiros são os que mais sofrem. Nem higienização, que é fundamental nesse período, conseguimos. Hoje, graças a algumas doações, conseguimos enviar cestas básicas, mas não temos nada referente à higiene. Nessas áreas, principalmente, existe o problema da falta de água”.