Para marcar os cinco anos do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), jogadores veteranos realizam, neste sábado (23), um jogo de futebol por justiça e pelo não esquecimento da tragédia, que vitimou 272 pessoas.
José Reinaldo de Lima, o Rei Reinaldo, o maior atacante da história do Atlético Mineiro, volta ao campo, aos 67 anos, no time de familiares das vítimas do crime, e enfrenta outros jogadores veteranos liderados pelo treinador Jorge Valença. Sergio Araújo, Donato, Wellington Amorim, Augusto Recife, Célio Lúcio e Somália são alguns dos nomes que participam do evento.
Chamado de “Futebol por Brumadinho: Justiça para 272 vítimas”, o jogo acontecerá a partir das 8h30, no campo do Canto do Rio, no município, e será transmitido ao vivo no Youtube, pelos canais da Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) e do projeto Legado de Brumadinho.
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“Esse jogo é importante para que o Brasil todo saiba que a tragédia não pode ser esquecida. Já estive em Brumadinho, sei como são apaixonados por futebol, mas o futebol não é só lazer, também deve estar ao lado de uma causa tão importante”, afirma Reinaldo.
O pai de Bernardo, goleiro da base do Flamengo, uma das vítimas do incêndio do Ninho do Urubu, que aconteceu há cinco anos, Darlei Piseta também marca presença no encontro. Para Alexandra Andrade, diretora da Avabrum, ele também faz parte de um crime ainda sem respostas.
Além da presença de parentes das vítimas, são esperados também jogadores dos times da região. Entre as 272 pessoas que morreram devido ao rompimento da barragem, estavam 15 jogadores e dirigentes do futebol amador da região, que trabalhavam ou prestavam serviço para a mineradora.
Vale já lucrou R$ 235 bilhões desde o crime
Desde janeiro de 2019, a mineradora já ganhou quase 48 bilhões de dólares – cerca de R$ 235 bilhões na cotação atual da moeda dos Estados Unidos. Ao mesmo tempo, atingidos pelo desastre ainda reclamam das indenizações pelo caso.
O lucro já considera um prejuízo de 1,6 bilhão de dólares (cerca de R$ 8,2 bilhões hoje) registrados em 2019, ano da tragédia. Considera também rendimentos em torno de 22 bilhões de dólares (mais de R$ 110 bilhões atualmente) obtidos em 2021, durante o auge da pandemia do coronavírus.
Os dados foram informados pela própria Vale em divulgações de seus resultados financeiros.
Edição: Leonardo Fernandes