Para celebrar o Mês da Consciência Negra, os equipamentos públicos municipais de cultura, geridos pela Secretaria Municipal de Cultura e Fundação Municipal de Cultura, prepararam uma programação especial, que integra o Novembro Preto: BH sem Racismo. Entre as atrações, estão visitas guiadas às exposições, rodas de conversa, mostra de cinema, apresentações artísticas, oficinas, entre outras atividades. A programação é diversificada e acontece ao longo de todo o mês em 14 centros culturais descentralizados da capital, no Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, no Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado, no Cine Santa Tereza, no Núcleo de Formação Artística e Cultural da Escola Livre de Artes Arena da Cultura, no Teatro Marília, no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado, no Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) e no Museu da Moda de Belo Horizonte (MUMO). Além desses espaços, haverá programação comemorativa da data no FIT BH 2022, que acontece de 5 a 11 deste mês, e na Jornada Cultaa, uma série de seminários temáticos, no Teatro Marília, dias 29 e 30 de novembro e 1º de dezembro. A programação completa pode ser consultada no Portal Belo Horizonte.
O Mês da Consciência Negra nos equipamentos culturais integra as ações do “Novembro Preto: BH sem Racismo”. A secretária Municipal de Cultura, Eliane Parreiras, destaca a contribuição da Cultura para o fortalecimento do combate ao racismo. “As atividades oferecidas vão ao encontro da política pública desenvolvida pela Prefeitura. A programação proposta pela área cultural visa refletir e contribuir com a difusão da história do povo negro em Belo Horizonte, com o fortalecimento das identidades culturais e das diversas vertentes das culturas de matrizes africanas na cidade”, afirma.
A programação traz atrações com diferentes linguagens artísticas promovendo a arte e a cultura negra na cidade, como ressalta a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Luciana Féres. “A programação reflete a pluralidade da cultura e das artes negras que são produzidas em Belo Horizonte. Entre as atividades estão presentes as artes visuais, literatura, música, patrimônio cultural, entre outras linguagens, que fortalecem a importância da cultura para a construção de uma sociedade mais igualitária”, afirma a presidente.
Destaques da programação
Com uma programação diversificada no Mês da Consciência Negra, os centros culturais oferecem 32 atividades que acontecem em 14 centros culturais, entre exposições, rodas de conversa, exibições de filmes, apresentações artísticas, oficinas, entre outras atrações. Realizam atividades os Centros Culturais Alto Vera Cruz, Bairro das Indústrias, Liberalino Alves de Oliveira, Lindeia Regina, Pampulha, São Bernardo, Salgado Filho, São Geraldo, Urucuia, Usina de Cultura, Vila Fátima, Vila Marçola, Venda Nova e Zilah Spósito.
De 12 de novembro a 11 de dezembro acontece o Circuito Hip Hop Barreiro com ações formativas, batalhas de MCs com premiação, atividades para crianças e adolescentes, chamamento público para as artes visuais com foco na cultura Hip Hop, dentre outras ações. As atividades acontecem nos Centros Culturais Municipais do Barreiro e espaços do entorno dos equipamentos culturais. A abertura celebra também o Dia Mundial do Hip Hop, 12/11, e acontece no Centro Cultural Lindeia Regina com a Batalha da NuTrilhar, 1ª Batalha de MCs classificatória.
Um dos destaques da programação é a Semana Literária – Afro Foco, no Centro Cultural Urucuia, que visa promover a literatura afro-brasileira e africana a partir de rodas de conversas, slams, saraus e oficinas, entre os dias 16 e 19 de novembro.
O Centro de Referência da Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado realiza quatro atividades, entre elas, projetos contínuos como Conversas ao Pé do Fogão, encontro temático sobre culinária afro-brasileira (23) e atividades inéditas como a exposição “Projeto Moçambique Também é Aqui!”, que exibe registros fotográficos do fotógrafo moçambicano Albino Moises, com curadoria de Maria Luiza Viana e Marcial Ávila (até 06). Outro importante destaque da programação do CRCP é a Pisada de Caboclo (27), manifestação cultural que congrega povos de terreiro e povos indígenas num reencontro histórico, organizada pela Reunião Umbandista Mineira/RUM e pela Associação de Resistência Cultural Afro-brasileira Casa de Caridade Pai Jacob do Oriente
Os museus também desenvolveram atividades para destacar a cultura negra nos espaços museais. O Museu Histórico Abílio Barreto realiza visitas mediadas especiais e rodas de conversas nas atividades “A origem da cidade de Belo Horizonte e seu passado afrodescendente” (20 e 26) e “Resistências e Sobrevivências na exposição Complexa Cidade – algumas reflexões” (27). O Museu da Moda realiza a roda de conversa e mini desfile “A Influência da Cultura Preta na Moda Cotidiana” (18).
O Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte promove uma edição virtual do projeto “Novos Registros – Banco de Teses sobre Belo Horizonte”, convidando a historiadora Wanessa Pires Lott, que apresenta a palestra “Tem festa de negro na república branca: o Reinado em Belo Horizonte na Primeira República”. Em sua tese de doutorado, a pesquisadora investigou a ausência dos negros nos registros da cidade na Primeira República (1889-1930). A atividade será transmitida ao vivo no canal de Youtube da Fundação Municipal de Cultura (22).
O Circuito Municipal de Cultura, realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Odeon, também oferece uma programação especial no Mês da Consciência Negra. A programação terá atividades no Teatro Marília, com a 1ª Mostra CRDança BH: Encontro de Danças de Matrizes Africanas (22), e no Espaço Cênico Yoshifumi Yagi/Teatro Raul Belém Machado, com o show da banda Pelos convidando MC Matéria Prima, no Projeto Quinta do Raul (24).
O Circuito Municipal de Cultura também realiza a “Mostra Corporeidades Negras”, no Cine Santa Tereza, entre 16 e 20 de novembro, que exibe filmes que fazem reverência aos baluartes do cinema nacional, aos atores e atrizes negras pioneiras na luta pela existência de corpos plurais nas telas. O conjunto de obras selecionadas retoma as atuações de personalidades que contribuíram para forjar novas noções de identidade e visões menos fixas e estereotipadas atreladas à corporeidade negra, abrindo caminho no audiovisual brasileiro para a necessidade de um reposicionamento do corpo negro enquanto signo de resistência, de mémória e de ancestralidade. A mostra, que integra o Circuito Cine Santê, resgata o trabalho e as atuações de Zezé Mota, Ruth de Souza, Grande Otelo, Zózimo Bulbul, Antônio Pitanga, dentre tantos outros, e presta uma homenagem especial ao ator Milton Gonçalves, falecido em 30 de maio de 2022, um dos pioneiros na militância por espaço para os atores negros, dentro de um sistema hegemônoico de relações racistas e modos de produção excludentes.
Já no dia 30 de novembro, o Circuito Cine Santê realiza uma sessão especial em homenagem ao artista mineiro Maurino de Araújo. Falecido em 2020, aos 77 anos, vítima da Covid-19, o pintor e escultor barroco deixou um importante legado nas artes plásticas de Belo Horizonte. Serão exibidos dois filmes dedicados à vida e à obra do artista.
A Escola Livre de Artes Arena da Cultura também realiza uma Roda de Conversa “Histórias de Quilombos” entre os Quilombos Manzo, Luízes, Souza, Mangueiras e Matias, na Mostra Arena 2022 da Escola Livre de Artes Arena da Cultura, com intervenções artísticas de professores e alunos da escola (18), no NUFAC – Núcleo de Formação Artística e Cultural.
O patrimônio cultural também será destaque no evento Jornada CULTAA com seminários temáticos realizados pela Secretaria Municipal de Cultura, no Teatro Marília, entre os dias 29 e 30 de outubro e 1º de dezembro. O objetivo do evento é divulgar, fortalecer, ampliar e articular as políticas e os processos formativos presentes em todo Sistema Municipal de Cultura, por meio das atividades formativas. Dentro da programação, a Mesa de Diálogo: Saberes Culturais e Outras Práticas (30), abordará o processo de registro do Largo do Rosário.
O Festival Internacional de Teatro, Palco e Rua de Belo Horizonte – FIT BH 2022 também contará com 17 atrações que integram a programação do Mês da Consciência Negra, entre espetáculos e exibições de filmes. Realizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, em parceria com o Instituto Odeon, a 15ª Edição do Festival tem como tema “Raízes – Arte, Existência e Nossa Latinidade”. As informações completas do FIT BH 2022 estão disponíveis no site: www.portalbelohorizonte.com.br/fit.
Novembro Preto: BH sem Racismo
O “Novembro Preto: BH sem Racismo” é coordenado pela Diretoria de Políticas de Reparação e Promoção de Igualdade Racial (DPIR) da Subsecretaria de Direitos de Cidadania, que realiza uma série de ações promovidas para marcar o dia 20 de Novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. O principal objetivo é levantar a reflexão sobre a importância do povo negro e da cultura de matriz africana na construção e na cultura da cidade de Belo Horizonte com impacto no desenvolvimento da identidade cultural brasileira. Além disso, traz a proposta de evidenciar os problemas sociais que ainda afligem essa parcela da população, que representa 53% da população da cidade de Belo Horizonte. A programação completa do Novembro Preto: BH sem racismo pode ser vista no Portal PBH.