No último sábado (8), foi inaugurada, na Praça do Centenário, a Exposição do Sítio Arqueológico Arêdes. O evento marca a importância da preservação do local para o município e luta pelo tombamento histórico e patrimonial da região.

A Exposição aborda aspectos gerais relacionados ao Monitoramento Arqueológico da obra, que envolveu a restauração do telhado em uma das ruínas identificada como “Senzala”, componente do conjunto 1 do complexo arqueológico AREDES, situado no interior da Estação Ecológica Aredes.

Foram apresentados os resultados das recentes pesquisas coordenadas por Alenice Baeta na emblemática Ruína. Alenice denuncia que, como “símbolo da história primeva da região do Pico do Itabirito, da arte de cantaria e das tecnologias coloniais tradicionais do povo escravizado, parte do sítio Arêdes e de seus mananciais encontram-se atualmente ameaçados por mineradora, que já teria causado graves danos a esta localidade, por isto, objeto de um projeto pioneiro de reconversão de território, quando foi feita a sua revitalização paisagística e patrimonial”. A exposição e palestra propõem chamar a atenção para a necessidade da integral preservação do conjunto de sítios históricos-arqueológicos, suas paisagens e suas nascentes, fundamentais para a qualidade de vida da população de Itabirito e de todo o vale do Rio das Velhas.

A arqueóloga e pesquisadora Alenice Baeta aprofundou a questão durante a palestra realizada na manhã de sábado. “Estamos falando sobre proteção, de leis que protegem uma paisagem que é internacional. Temos que seguir as leis que protegem o município de Itabirito. Se Arêdes não for protegido, Itabirito vai perder a sua história, perder o que de fato a cidade tem de maravilhoso”. A arqueóloga destacou também a importância da recuperação do Pico de Itabirito. Além disso, cobrou mais vontade do executivo e enfatizou que todas as pesquisas e estudos já foram realizados.

palestra e apresentação realizada pela Arqueológa e Pesquisadora, Alenice Baeta

O evento contou também com a presença da Juíza Vânia da Conceição Borges, que aproveitou a oportunidade para esclarecer o andamento processual, não só do sítio arqueológico, mas do terminal de minério do Bação, situação que gera impasse entre populares e empresas que defendem a instalação do mesmo. A juíza cobrou também um maior envolvimento e engajamento dos munícipes e políticos da cidade em questões ambientais. “Espero contar com a sensibilidade dos políticos no sentido de dar uma realçada em questões ambientais, patrimoniais e arqueológicas de Itabirito. Sinto falta disso em Itabirito. Temos patrimônios culturais, arqueológicos que podem ser muito bem desenvolvidos”.

Palestra de Alenice Baeta contou com a presença da Juíza de Itabirito, Vânia da Conceição Borges
A apresentação também pontuou os locais de destaque no sítio arqueológico e os danos que já teriam sido causados na área. As visitas à exposição podem ser feitas de terça às sextas, de 9 às 18h. Sábado e domingos, de 9h às 15h, até o dia 26 de junho. Neste período, ocorrerão visitas escolares.

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