06/12/2011
A Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Fundação Municipal de Cultura, realiza de dezembro de 2011 a maio de 2012 o 6º FAN – Festival de Arte Negra de Belo Horizonte. Com o tema “Territórios Móveis”, a 6ª edição organiza-se para ressaltar o valor político e cultural de um percurso simbólico fundamental para o entendimento da experiência africana e afro-diaspórica: o que se inicia no corpo, microcosmo do espaço amplo, expande-se para a casa, lugar das alianças afetivas, e transborda para a rua.
De 9 a 11 de dezembro, diversas atividades gratuitas marcam a abertura do Festival no Cine Santa Tereza, com o objetivo de criar um diálogo continuado com a cidade. “A programação que dá início ao 6º FAN traz uma dinâmica de escuta e diálogo entre a sociedade civil e os órgãos públicos, a partir de um questionamento feito pela própria comunidade – ‘Que FAN queremos?’”, explica Ricardo Aleixo, um dos membros da comissão organizadora dessa edição, ao lado de Celina Albano, Gil Amâncio, Ibrahima Gaye e Leda Martins. A co-realização é da Associação Pró-Cultura e Promoção das Artes – APPA.
Após as atividades de abertura, entre os meses de janeiro e fevereiro de 2012 estão previstos encontros quinzenais entre a comissão organizadora do Festival e representantes da sociedade civil para discutir ideias, sugestões e diretrizes a serem trabalhadas na formatação das ações futuras do FAN. Além dos encontros presenciais, a comissão organizadora circulará por diversos territórios da cidade dialogando com o segmento organizado da comunidade negra interessado na discussão das políticas públicas de cultura em Belo Horizonte.
Depois desse período de “coleta” e “escuta”, nos meses de março e abril, a comissão se reunirá para avaliar e documentar as propostas. O resultado desse diálogo, iniciado em dezembro/2011 e estendido até fevereiro/2012 será considerado como insumo fundamental para a definição das atividades artísticas que terão curso no mês de maio/2012, data em que ocorrerão shows musicais, performances e apresentações artísticas, além do Ojá, feira de comidas e artesanato típicos africanos.
“De dezembro a maio, vamos seguir todo um cronograma, uma metodologia, a fim de que realmente possamos debater, construir e consolidar o FAN que todos nós queremos”, afirma a presidente da Fundação Municipal de Cultura, Thaïs Velloso Cougo Pimentel, adiantando que durante a programação de abertura, será lançado o edital “Movimentos Urbanos”, voltado para a seleção pública de grupos artísticos de Belo Horizonte que queiram se apresentar no Festival no mês de maio.
Thaïs ressalta ainda que a escolha da comissão e da dinâmica proposta para a 6ª edição do Festival “realça o compromisso e a preocupação da FMC em reunir profissionais qualificados e compromissados em pensar, discutir e ampliar o debate com a sociedade, na busca pela construção coletiva do FAN”.
Programação
Às 17h30, o próprio “Festival de Arte Negra de Belo Horizonte” é tema de uma roda de conversa entre os membros da comissão organizadora, Gil Amâncio, Ibrahima Gaye, Leda Martins e Ricardo Aleixo. Às 21h, o artista, intelectual e ativista político da causa negra no Brasil, falecido esse ano, ganha homenagem na performance “Abdias do Nascimento: rito de recordação”, com participação de Benjamin Abras, Elisa Larkin, Elisa Lucinda, Grace Passô, Léa Garcia, Renato Negrão, Rui Moreira e Waldemar Euzébio.
Dia 11, às 16h, exibição do videopoema “Acrobata da Dor” de Ricardo Aleixo, em homenagem aos 150 anos de nascimento do poeta Cruz e Sousa. Em seguida, o professor e ensaísta Eduardo Assis Duarte e a escritora Ana Maria Gonçalves debatem “Afrografias: escrever as diferenças”, com mediação de Íris Amâncio.
Às 18h, o sambista, pesquisador e romancista Nei Lopes participa da aula-espetáculo “Sambeabá: o samba que não se aprende na escola”. E encerrando a primeira etapa do 6º FAN, às 19h, show com Carla Gomes, Zaika + convidados, Mariella Santiago, Sérgio Pererê, Lokua Kanza e discotecagem da DJ Black Josie.