19/06/2012
A programação paralela da Funai na Rio+20 reinicia nesta terça-feira, 19, no Museu do Índio, às 14h, com debate sobre o tema Povos Indígenas e Serviços Ambientais. Será discutido o papel ambiental das terras indígenas que, por sua natureza, freiam o avanço do desmatamento em regiões críticas e demonstram outros modelos de ocupação territorial e de desenvolvimento socioeconômico. Contribuem, assim, para a conservação ambiental e o equilíbrio dos ecossistemas.
As ações da Funai relacionadas a serviços ambientais incluem a publicação da cartilha Diálogos Interculturais: Povos Indígenas, Mudanças Climáticas e REDD; a elaboração do documento Povos Indígenas e REDD+ no Brasil: Considerações Gerais e Recomendações; a produção de três vídeos sobre mudanças climáticas e povos indígenas, além do estabelecimento de diretrizes e critérios para a concepção e execução das ações de proteção territorial e etnoambiental desenvolvidas pelo órgão indigenista.
A programação segue na quinta-feira, 21, com as mesas Política de Proteção de Terras Indígenas, de 9 às 12h, e Mesa de Diálogos: TIs Marãiwatsédé/MT e Cachoeira Seca/PA, de 14 às 17h.
Na última sexta-feira, 15, foi discutido o tema Etnodesenvolvimento Econômico e Segurança Alimentar e Nutricional. O povo Zoró, ou “Pangyjej”, como gosta de ser chamado, apresentou uma experiência de harmonia com o meio ambiente, recuperando sua cultura alimentar e práticas tradicionais, a partir de uma atividade que já conheciam, mas que precisava de aperfeiçoamento tecnológico para se tornar economicamente viável: a coleta de castanha do Brasil. O projeto mudou a vida da comunidade, que já esteve envolvida com madeireiros em busca de uma renda para suas famílias. Para garantir a segurança alimentar indígena, a Funai trabalha em parceria com outras instituições a fim de fortalecer as economias a partir da cultura e do conhecimento de cada um. A finalidade é promover a sustentabilidade e a autonomia desses povos.
No período da tarde, foram apresentadas perspectivas indígenas sobre programas de compensação socioambiental dos povos Waimiri-Atroari, localizados no sul de Roraima e norte do Amazonas, e Tapeba, no Ceará.
Na década de 1970, os Waimiri-Atroari foram fortemente impactados por três empreendimentos: a BR 174 que corta a terra indígena ao meio e liga Boa Vista a Manaus, um projeto de extração de minério e a construção da hidrelétrica de Balbina concluída em 1987. Em decorrência deste último empreendimento, foi implementado, em 1988, o Programa Waimiri Atroari com ações de compensação nas áreas de administração, saúde, educação, meio ambiente e apoio à produção, documentação e memória. Os indígenas relataram as ameaças vividas pelos Waimiri-Atroari durante o período e o apoio do projeto de compensação para a reorganização da comunidade.
Já a etnia Tapeba foi representada por jovens realizadores que exibiram o vídeo-diagnóstico BR nas Aldeias produzido por eles durante a Oficina de Cinema Ambiental Indígena. O vídeo relata a visão da comunidade sobre os impactos produzidos pela obra de duplicação da BR 222, que atinge a terra indígena, e traz depoimentos de moradores e liderança que apontam medidas de compensação e mitigação dos impactos.
Veja o vídeo:
Serviço – Funai na Rio+20 – Eventos paralelos
Data: 19/06/2012 – Das 14 às 18h – Povos Indígenas e Serviços Ambientais
Data: 21/06/2012 – Das 9h às 12h – Política de Proteção de Terras Indígenas
Das 14 às 17h – Mesa de diálogos: Tis Marãiwatsédé/MT e Cachoeira Seca/PA
Local: Museu do Índio, rua das Palmeiras, 55, Botafogo, Rio de Janeiro.