Para o MST, a revogação é uma retaliação à decisão da justiça em favor do Acampamento Quilombo Campo Grande

O  governador Zema (Partido Novo) revogou o decreto que destinava as terras da usina Ariadnópolis às 450 famílias acampadas, na sexta-feira, 19|07. O decreto atestava a área como de interesse social para fins de reforma agrária, foi elaborado no governo anterior e publicado em 25 de julho de 2015. Porém os proprietários questionaram a quantia oferecida pelo Estado e a desapropriação de fato nunca aconteceu.

Confira a nota de repúdio

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e demais abaixo assinados vêm a público através deste documento, manifestar o repúdio ao gesto irresponsável do Governador Zema (Partido Novo), que revogou o decreto de desapropriação antiga Usina Ariadnópolis, em Campo do Meio-MG. O Acampamento Quilombo Campo Grande que se organiza no local há mais de 20 anos e obteve, recentemente, o reconhecimento da justiça sobre o direito das famílias permanecerem naquelas terras. A posição dos desembargadores a nosso favor foi unânime.

Com a revogação do decreto, o governador chancela a violência que se multiplica no campo, incitada pela inoperância do Estado na resolução dos conflitos. Nesse caso, o governador atua na contra mão da justiça, deixando clara sua postura de suporte ao velho latifúndio falido, comandado por golpistas, saqueadores do próprio Estado de Minas Gerais. Tamanha incoerência é inaceitável.

Além de sua omissão e falta de diálogo, Zema, retrocede em conquistas sociais importantes como a Mesa de Diálogo e Negociação Permanente com Ocupações, a Secretaria de Desenvolvimento Agrário e a Secretaria Direitos Humanos. Após tantos anos de luta, não será o saldão desta administração medíocre que vai vender o destino das 450 famílias acampadas.

Zema, qualquer violência no campo que possa ocorrer agora, foi decretada pela sua caneta.

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Belo Horizonte, 23 de julho de 2019.

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