O Brasil pode não ter culpa pelo começo da crise climática, mas a devastação ambiental promovida pelo país contribui decisivamente para piorar o problema e, nisso, “não tem desculpa”.
O puxão de orelhas foi dado pela ativista Greta Thunberg durante audiência da Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal na 6a feira (10/9). O encontro, que teve como objetivo discutir as conclusões do novo relatório do IPCC, abordou os impactos da mudança do clima no Brasil e as responsabilidades do país no seu enfrentamento.
“A Amazônia agora está no limite, e vemos que agora está emitindo mais carbono do que absorvendo por conta do desmatamento e das queimadas. E isso está acontecendo enquanto nós assistimos”, disse Greta. “Isso está diretamente sendo alimentado pelo governo [brasileiro], e o mundo não pode arcar com o custo de perder a Amazônia”.
A audiência também destacou a importância das Terras Indígenas para a preservação da Amazônia e os riscos que seu enfraquecimento por parte do governo federal podem trazer não apenas para o meio ambiente, mas também para a sobrevivência dos Povos Indígenas. Como explicou Samela Sateré, ativista indígena que também participou da audiência no Senado, os Territórios Indígenas são as áreas de floresta mais bem preservadas do Brasil, o que evidencia o papel dos Povos Tradicionais como defensores do meio ambiente. “Por isso é importante demarcar Terras Indígenas”.
A audiência do Senado também contou com a participação do cientista britânico David King, líder do conselho consultivo de crise climática do governo do Reino Unido; do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; e do presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
A Agência Senado fez um apanhado dos principais pontos do encontro. Agência Brasil, Correio Braziliense, Folha, G1, Jovem Pan, Poder360 e Veja também abordaram a notícia.