19/08/2015
Desde 2014, o Fórum sobre Violações de Direitos dos Povos Indígenas vem constituindo-se como uma rede formada por pesquisadores de diversas áreas, lideranças indígenas, juristas, jornalistas, profissionais de saúde, ONGs em articulação para o combate às violações de direitos humanos e indígenas que vêm sendo postas em prática pelo Estado, bancadas conservadoras (Ruralista e Evangélica), latifundiários e grandes empreendimentos.
Tal articulação faz-se fundamental num momento em que as populações indígenas vêm sofrendo com problemas que se tornam mais graves a cada dia como: a perseguição de lideranças (Guarani-Kaiowa, Tupinamba, por exemplo); a morosidade na titulação e o questionamento de Terras Indígenas tituladas; a vulnerabilidade social decorrente de políticas públicas mal implementadas (bolsa família, previdência, salário maternidade); a privatização e o desmonte de autarquias que garantiam o mínimo de acesso à Saúde, Renda, Educação; o avanço do missionarismo religioso; a imposição de “grandes obras” (hidrelétricas, estradas, ferrovias).
Paralelamente ao aumento da gravidade desses problemas, observa-se a pouca eficácia de instituições como a FUNAI e o MPF em assegurar os direitos indígenas e direitos humanos. Nesse sentido, o Fórum visa também colocar-se como um espaço de articulação entre as lutas regionais feitas por movimentos indígenas e organizações civis em defesa dos direitos indígenas.
Serviço:
II Encontro do Fórum sobre Violações de Direitos dos Povos Indígenas
24 de agosto de 2015
Prédio de Filosofia e Ciências Sociais (FFLCH-USP)
Programação
14HS: Abertura e Objetivos
15HS: Grupos de Trabalho
16.30HS: Missão e Forma de Atuação
17.30HS: Carta de Intenções
18HS: Cine-Debate:
Projeto Gente Awa – Ep. 1 – Nossa casa: Guarani-Kaiowa
Beiradão: Hup Boyoh
Tupinambá – O Retorno da Terra
Projeto Gente Awa – Ep. 1 – Nossa casa: Guarani-Kaiowa (26 min, 2015).
O vídeo mostra o cotidiano dos Guarani-Kaiowa da TI Arroio Korá (Paranhos-MS), que, apesar de homologada, segue embargada na Justiça desde 2009. Com a demora no processo, os indígenas resolveram ocupar progressivamente a área reconhecida como sua, mas que seguia de posse de fazendeiros. Hoje habitam cerca de 3 mil dos 7.125 hectares de seu tekoha, como chamam a terra – “o lugar onde se pode viver do nosso jeito”. Documentário produzido em colaboração com a comunidade e com recursos do Fundo de Direitos Difusos do Ministério da Justiça.
Documentário. Direção: Mariana Fagundes
Beiradão Hup Boyoh (21 min, 2015).
Beiradão/Hup Boyoh acompanha os indígenas da etnia Hupd’äh em seu período de férias, quando vão para a cidade de São Gabriel da Cachoeira, Amazonas para realizar trâmites burocráticos e acessar benefícios sociais (aposentadoria, auxílio-maternidade, auxílio-doença, bolsa família…). O filme apresenta a experiência da cidade que esses indígenas vivem intensamente por quatro meses, de dezembro a março, e discute os problemas enfrentados por eles durante esse período.
Documentário: Direção: Jessica Mota e Alice Riff
Tupinambá – O Retorno da Terra (2015, 24’57)
No filme, a história de expropriação e resistência dos Tupinambá – que se entrelaça ao avanço da fronteira agrícola no final do século 19, à ascensão dos coronéis de cacau e ao reconhecimento dos direitos territoriais indígenas pela Constituição de 1988 – é narrada segundo a perspectiva dos indígenas, para quem a terra pertence aos encantados, as entidades mais importantes de sua cosmologia.
Documentário. Direção: Daniela Alarcon