Grupos de Trabalho
Os interessados em apresentar propostas para os Grupos de Trabalho deverão enviar o resumo diretamente para os e-mails dos coordenadores dos GTs – apresentados abaixo, junto com as informações sobre cada Grupo.
As propostas enviadas deverão ter o título do trabalho, identificação dos proponentes e resumo de até 250 palavras.
Os selecionados deverão apresentar Resumo Expandido de suas propostas até o dia 12 de novembro, para publicação no site.
As normas para confecção do Resumo e Resumo expandido estão em link ao lado, para download.
GT 01 – Antropologia da Criança: pesquisas em andamento em um campo em construção.
Coordenadoras:
Flávia F. Pires (UFPB) / Patrícia Oliveira (UFPB)
Descrição:
A Antropologia enquanto campo do saber é muitas vezes acusada de negligenciar, desde sua criação no século XIX, certos aspectos da realidade social, entre eles o estudo sobre a condição social da criança como categoria de análise. Após vários esforços para reparar, no início do século XX, tais insuficiências da disciplina, o que se convencionaria chamar de Antropologia da Criança continuou, de certo modo, sendo considerada um tema de importância marginal. Contudo, a partir da segunda metade do século XX, é notável uma crescente valorização dos estudos sobre a infância como um tema central na construção de um novo paradigma que visa compreender a natureza histórica e cultural da criança, tratando-a como agente e sujeito. Por isso, este grupo de trabalho tem como objetivo promover um debate fecundo sobre o universo das crianças e do fenômeno social da infância sob a ótica da antropologia, a partir de estudos em andamento, tanto teóricos quanto de natureza empírica, a fim de, por um lado, fomentar a interação entre alunos, professores, pesquisadores e demais interessados e, por outro, contribuir para uma maior visibilidade deste campo de estudo no estado da Paraíba.
GT 02 – Território, Cultura e Ambiente.
Coordenadoras:
Maristela O. de Andrade (UFPB – PPGA/PRODEMA) / Rosalira dos Santos Oliveira (FUNDAJ-PE)
Descrição:
As relações entre cultura e ambiente têm sido marcadas por disputas territoriais e de acesso aos recursos naturais, mobilizando diferentes atores sociais, desde grupos étnicos e populações tradicionais em confrontos e parcerias com grupos empresariais, setor público e ongs, para produzir uma multiplicidade de ações e mediações que alteram o ambiente em suas paisagens e modos de vida nele inseridos. Este GT propõe um debate com autores da antropologia afinados com a corrente da ecologia política (Little) e a antropologia simétrica de Latour. Com base em análises sistêmicas que ora produzem mapas de conflitos socioambientais, envolvendo processos de territorialização, desterritorialização e reterritorialização, ora descrições de cenários com base na teoria ator-rede – TAR de Latour (apud FREIRE 2006), que investigam as ações e mediações que aí se desenrolam, exprimindo uma política de simetria nas interrelações entre cultura e natureza.
GT 03 – Perspectivas antropológicas sobre o corpo e a saúde.
Coordenadoras:
Ednalva M. Neves (UFPB), Luziana M. da F. Silva (UFPB)
Descrição:
Este grupo se propõe a reunir trabalhos de pesquisadores interessados na interface entre corpo, saúde e antropologia. Seu objetivo é promover uma reflexão acerca da abordagem antropológica sobre os fenômenos relacionados ao corpo e à saúde, em termos conceituais e metodológicos. Desta forma, constituir um diálogo a partir de pesquisas dedicadas às problemáticas que envolvam: corpo, saúde, adoecimento, socializações, sistema de saúde, modelos terapêuticos.
GT 04 – Imagens e sons entre campos.
Coordenadores:
João Martinho de Mendonça (UFPB) / Lara Santos de Amorim (UFPB)
Descrição:
Este GT busca reunir trabalhos não apenas do campo da antropologia visual, mas também de outros campos correlatos (comunicação visual, história oral, ciências da informação, antropologia da arte, patrimônio cultural, etnomusicologia, etc.), nos quais a reflexão ou o uso de imagens e sons apresentem dimensão conceitual, estética e política. Trata-se de pensar os lugares da imagem e do som na produção do conhecimento das ciências humanas. Pesquisas já realizadas ou em andamento que contemplem problemáticas relacionadas preferencialmente ao uso da fotografia, do vídeo e do gravador vinculados à análise e elaboração de aspectos visuais e/ou sonoros dos assuntos abordados em diferentes campos do conhecimento.
GT 05 – Netnografias – mobilização social e novas mídias.
Coordenadoras:
Kelly Oliveira (UFPB) / Vânia Fialho (UPE)
Descrição:
Temos nos deparado, na atualidade, com um grande número de mobilizações sociais, de natureza insurgente, identitária e de composição de amplas redes sociais, que têm como característica o uso das novas mídias. Com esta constatação, este grupo de trabalho propõe refletir, a partir da experiência de seus participantes, sobre a produção de etnografias através do campo virtual. Seja pela experiência de etnografias feitas com base em objetos do "mundo virtual", ou pelo uso deste como instrumento de pesquisa , tencionamos discutir as possibilidades, impasses e desafios deste campo para a prática antropológica, e o alcance deste como elemento de diálogo com as mobilizações sociais em diversas esferas da sociedade.
GT 06 – Identidades étnicas e políticas públicas.
Coordenadoras:
Maria Patrícia Lopes Goldfarb (UFPB) / Mércia Rejane Rangel Batista (UFCG)
Descrição:
Este Grupo de Trabalho busca refletir sobre a emergência de demandas étnicas relacionadas à formulação, implantação e desenvolvimento de políticas públicas no Brasil. O objetivo é propor um diálogo entre diferentes contextos etnográficos e grupos étnicos, que passam a articular demandas coletivas pautadas numa linguagem étnica, bem como na compreensão e reivindicação de acesso á formas de cidadania. Assim, nos propomos a pensar novas formas de reconfiguração espaço-temporal em torno de grupos étnicos ou tradicionais na atual conjuntura social brasileira.
GT 07 – Perspectivas de atuação antropológica na esfera pública: questões indígenas e quilombolas.
Coordenadoras:
Ruth Henrique (UFPB) / Mariana Balen Fernandes (UFBA)
Descrição:
Incentivar, através do grupo de trabalho, o debate acerca da atuação do antropólogo em âmbito público, reportando-se inclusive à questão ética, (alvo de debate da mesa-redonda "Ética e trabalho de campo"), tendo como referência os casos em que o foco analítico de pesquisa ou as políticas públicas incidam sobre comunidades indígenas e quilombolas, a exemplo de atuações profissionais em instituições como os ministérios ou fundações como a FUNAI e a Palmares, e sua repercussão sobre as referidas comunidades.
GT 08 – Pesquisa de campo, ética e direitos: experiências e reflexões.
Coordenadoras:
Alexandra Barbosa da Silva (UFPB) / Silvana de Souza Nascimento (UFPB)
Descrição:
O trabalho de campo instituído pela situação de pesquisa coloca para o(a) antropólogo(a) questões éticas bastante prementes, com efeitos teóricos e metodológicos que foram muito pouco abordados até o momento. Tais questões constituem uma gama variada, que abrange desde expectativas mútuas, criadas a partir da detenção de recursos diferenciados pelos(as) atores(as) envolvidos(as) na pesquisa (“pesquisador(a)” e “pesquisados(as)”), o balanço de poderes nesta interação, os direitos dos(as) pesquisados(as) em relação à própria condução da pesquisa e aos seus resultados, bem como as implicações políticas do compromisso que se estabelece inexoravelmente entre essas partes, sobretudo em relação à defesa de direitos. A intenção do presente GT é promover esta discussão a partir de experiências de pesquisa, em diferentes estágios de seu desenvolvimento, que permitam o diálogo e a interlocução entre contextos socioculturais e temas diferenciados.
GT 09 – Dinâmicas territoriais, processos políticos e lógicas identitárias.
Coordenadores:
Fabio Mura (UFPB) / José Gabriel Correa (UFCG)
Descrição:
Em princípios do século XX, Marcel Mauss, ao introduzir a categoria de morfologia social, colocou em destaque a importância da organização social na definição da territorialidade de um determinado grupo humano. O autor criticava a abordagem dos antropogeografos da época, que atribuíam ao solo e ao meio-ambiente excessivo poder determinante. Nestes termos, embora não menosprezando estes elementos, Mauss buscou relacionar aspetos técnicos, materiais e sociais, de forma bastante significativa para o desenvolvimento dos estudos sócio-antropológicos. A perspectiva do autor francês, contudo, acaba dando pouca importância a outros tipos de condicionantes, como as relações entre os povos, principalmente em suas dimensões assimétricas, que dão vida a formas de dominação ou a estruturação hierárquica entre grupos, instituições e segmentos sociais. Partindo justamente deste pressuposto, Erik Wolf nos mostra que os grupos humanos estão relacionados entre si, sendo que a organização social e territorial de um grupo, bem como a definição das lógicas identitárias, não pode ser compreendida isoladamente. Fredrik Barth argumenta também que a inter-relação social define fronteiras que moldam elementos culturais e sociais em fluxo, dando vida a específicos modelos de organização social, como, entre outros, grupos étnicos e tradições de conhecimento. Nestes termos, refletir e analisar as interrelações entre aspectos ambientais, materiais, sociais, políticos, econômicos, técnicos, simbólicos, lógicas de dominação, ações de Estado, de empresas nacionais e internacionais, construção de fronteiras físicas e virtuais, atividades domésticas, parentesco, cosmologia, etc., torna-se fundamental para realização tanto de pesquisas empíricas quanto nas elaborações analíticas. É neste sentido que o presente GT procura estimular e promover debates sobre dinâmicas territoriais, processos políticos e lógicas identitárias que envolvam principalmente (mas não unicamente) comunidades indígenas, quilombolas e outras ditas tradicionais.