III PENSANDO ÁFRICAS E SUAS DIÁSPORAS
I ENCONTRO DE ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO
Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico
MARIANA – OURO PRETO/ MINAS GERAIS
26, 27 e 28/09/2012
2ª Circular
O III Pensando Áfricas e suas Diásporas e o I Encontro de Antropologia e Educação, que têm como tema principal Pensando o Patrimônio Cultural Afro-Diaspórico, são dois eventos concomitantes que pretendem promover a discussão sobre o patrimônio afro-diaspórico em suas mais diversas dimensões, tais como, manifestações culturais, lingüísticas, literárias, filosóficas, performáticas, dentre outras. O evento vem sendo pensado em conjunto com diversos grupos de pesquisa do país que têm como viés as questões étnico-raciais, de gênero e sexualidade, bem como a reflexão sobre a cultura afro-diaspórica.
Nesta circular, convidamos pesquisadores, professores, estudantes e militantes dos movimentos sociais para apresentar suas pesquisas e relatos de experiências nos Grupos de Trabalho (GTs), como comunicação oral (relato de experiências finalizadas/pesquisas em andamento ou já finalizadas), ou pôster (relato de experiências/projetos/pesquisas iniciais/trabalhos de disciplinas de graduação). Ainda é possível inscrever minicursos e oficinas. Para todas as inscrições abertas nesta segunda circular, estudantes da graduação e pós-graduação poderão se inscrever.
Salientamos mais uma vez que seguindo as outras edições do Pensando Áfricas, o que pretendemos é que saiamos do evento com reflexões que não se reduzam apenas à simples certificação para fins curricullates. Embora a proposta do evento seja visibilizar as pesquisas, grupos e pesquisadores em formação, ficamos muito honradas em confirmar as presenças dos professores Kabengele Munanga (USP) e Neusa Gusmão (UNICAMP) em nosso evento! Estamos também muito felizes com a inscrição de 17 GTs extremamente interessantes e de alto nível teórico para nosso evento! Inscrevam-se! Divulguem! participem!!
PERÍODO DE INSCRIÇÕES:
Inscrições para comunicações individuais e pôsteres.
De 14/07/2012 até 10/08/2012
Resultado: 17/08/2012
O pagamento deve ser depositado na CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, AG 0296023, CC 00007927-8 em nome de JANAINA DAMACENO GOMES
O comprovante de pagamento deve ser escaneado e enviado junto com a ficha de inscrição e resumo, para quem for apresentar trabalho.
TAXAS DE INSCRIÇÃO
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Categoria de participação
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Valor
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Ouvinte e Integrantes de Movimentos Negros
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R$ 10,00
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Estudante de graduação e profissional de educação básica
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R$ 20,00
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Estudante de pós-graduação
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R$ 30,00
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Docentes e profissionais de ensino superior
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R$ 50,00
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TODOS OS INSCRITOS DEVEM FAZER SUA INSCRIÇÃO E REALIZAR O PAGAMENTO DE ACORDO COM SUA CATEGORIA DE PARTICIPAÇÃO. ESTUDANTES E MILITANTES DEVEM ENVIAR COMPROVANTES ESCANEADOS QUE ATESTEM SUAS FILIAÇÕES ACADÊMICAS E ATIVISTAS. COMPROVANTE DE MATRÍCULA (ESTUDANTES); CARTA, CARTEIRINHA DE FILIAÇÃO OU QUALQUER DOCUMENTAÇÃO QUE ATESTE FILIAÇÃO A MOVIMENTOS SOCIAIS (ATIVISTAS).
ENVIE UM ARQUIVO EM EXTENSÃO WORD (.DOC) COM OS SEGUINTES DADOS:
FICHA DE INSCRIÇÃO
Nome completo:
Endereço residencial:
E-mail:
Telefone: (00) 0000.0000
Tipo de inscrição com apresentação de trabalho
( ) pôster
( ) comunicação oral
Escreva por extenso três opções de GT:
1.
2.
3.
Categoria de participação
( ) Estudante de Graduação ( ) Estudante de Pós-Graduação
( ) Professor de ensino superior ( ) Ouvintes
( ) Professor da rede básica ( ) Militante ( ) Outro
Instituição a que se encontra vinculado:
Tipo de vínculo:
Endereço profissional:
APRESENTAÇÃO DE RESUMOS PARA TODAS AS MODALIDADES
Os resumos devem ser apresentados com extensão em Word (.doc) e deverão conter: título da proposta em maiúsculo/negrito, separado por uma linha do nome, titulação e instituição dos proponentes (não necessariamente instituições de ensino superior). Extensão mínima de 200 e máxima de 500 palavras, em página A4 (21X29,7 cm), com letra tamanho 12, fonte Times New Roman, justificado, sem parágrafo e margens de 2,5 cm, espaçamento simples.
*AS INSCRIÇÕES DEVERÃO SER ENVIADAS PARA O SEGUINTE EMAIL: NEAB.UFOP@GMAIL.COM com a indicação do GT no qual o trabalho gostaria de ser inserido. A seleção dos resumos ficará à critério do coordenador do GT. O comprovante de depósito deve ser escaneado e enviado junto com a ficha de inscrição e resumo. Para quem já inscreveu Minicurso, Gt e SC, basta apenas enviar a ficha e o comprovante de pagamento. *
ABAIXO, TODOS OS GTS APROVADOS NOS SEUS RESPECTIVOS EIXOS TEMÁTICOS.
1. CORPO, SEXUALIDADES E MASCULINIDADES NEGRAS
GT1 SEXUALIDADES E EDUCAÇÃO
Profa. Dra. Suely Messeder (UNEB)
Acolhe trabalhos que reflitam como as práticas e representações sobre as sexualidades, os corpos e as relações de gênero são vivenciadas nos processos históricos, contingentes, estruturais e estruturantes. É considerado de especial interesse trabalhos que discutam as questões de diversidade sexual e de pluralidade de expressões de gênero nos processos aprendizado, bem como aqueles que reflitam sobre a temática da diversidade sexual e da formação de professores e suas implicações em termos de políticas curriculares.
2. GÊNERO E CONSTRUÇÕES DE FEMINILIDADES
GT1 CURRÍCULO, GENERO E RELAÇÕES ETNICORRACIAIS
Prof. Dr. Benedito G. Eugenio (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia)
Para Silva (1995), o currículo pode ser compreendido como um conjunto de todas as experiências de conhecimento proporcionado aos estudantes, estando no centro de toda atividade educacional e constituindo o núcleo do processo institucionalizado de educação. O currículo Numa análise mais aprofundada, conclui que o currículo é uma área contestada e uma arena política. De acordo com esse autor, o currículo se sustenta em três eixos basilares e inseparáveis: a ideologia, pois esta seria o centro do processo de produção de identidades individuais e sociais no interior das instituições escolares; a cultura, uma vez que o currículo é terreno de criação, produção e reprodução cultural, é também um espaço onde se corporifica formas de conhecimento e de saberes culturais e, finalmente, o poder, o currículo seria a expressão das relações sociais de poder, o qual se manifesta através das linhas que dividem os diferentes grupos sociais em termos de classe, gênero, etnia etc. A vista disso, Moreira e Silva (2002) afirmam, ainda, que o currículo não é um elemento transcendente e atemporal ─ ele tem uma história, vinculada às formas específicas e contingentes de organização da sociedade e da educação. Não se pode admitir qualquer inocência com relação ao desempenho constitutivo das competências ou conhecimentos transmitidos nos currículos escolares. O objetivo do Grupo de Trabalho é reunir pesquisadores, estudantes e profissionais que estudam as relações entre raça, gênero e currículo nos diferentes níveis e modalidades da educação. Acolherá estudos empíricos, pesquisas de síntese ou ensaios teóricos que tomem como base o referencial teórico-metodológico das ciências humanas e sociais para o estudo de temáticas como: relações etnicorraciais e de gênero na educação, propostas e políticas curriculares e sua articulação com raça e gênero, projetos de combate à discriminação racial na escola, experiências curriculares com a Lei 10639/03, cultura da escola e diversidade, formação docente e a articulação com raça e gênero.
GT2 OUTSIDERS A PARTIR DO CORPO E DO GÊNERO
Profa. Dra. Margareth Diniz (Caleidoscópio/UFOP)/Prof. Ms. Marco Antonio Torres(Caleidoscópio/UFOP)/Profa. Dra. Mônica Maria Farid Rahme (Caleidoscópio/UFOP)
O debate pretende explorar como sujeitos são definidos a partir de uma ficção do corpo e do gênero que impede uma inteligibilidade de sujeitos que revelam a naturalização dessas ficções. As negritudes e as sexualidades passam a ser critérios para a constituição de sujeitos marcados por uma diferença que buscam estabelecer uma hierarquia de humana que conduz alguns corpos a violência e ao extermínio. Nessa perspectiva a questão etnorracial entra como um analisador que faz compõem marcadores aos corpos que podem funcionar como estigma que define e mantém alguns sujeitos e grupos como outsiders, conforme noção elaborada por Norbert Elias. Este, ao reelaborar as pesquisas de um autor que investigava a delinquência juvenil em uma pequena cidade inglesa em meados do século XX, passou a focar outra questão, a relação assimétrica que se estabelecia entre sujeitos que viviam em um contexto de igualdade. A atribuição de superioridade humana por parte do grupo estabelecido era sustentada pelos atributos depreciativos que imputavam ao grupo outsider: desordeiros, incapazes de respeitar leis e normas, perigosos, sujos etc. Assim propomos analisar como as tensões emergentes propostas pelas novas ficções emergentes das a partir das sexualidades e das noções etnorraciais que permitem aos sujeitos questionarem o estigma que os constituem como outsiders.
3. EDUCAÇÃO E RELAÇÕES RACIAIS
GT1 RELAÇÕES ETNICORRACIAIS, PROJETOS E PESQUISAS
Prof. Dr. Roberto Borges (CEFET/RJ)/Liana Biar (CEFET/RJ)/Janaína Oliveira (IFRJ)
Embora estejamos às vésperas da comemoração da primeira década de promulgação da Lei 10.639/03, as pesquisas mostram que seus avanços têm sido muito tímidos ou, ao menos, não correspondem às expectativas dos atores envolvidos com a temática, pois, mesmo com os marcos legais que exigem observância e aplicação desta legislação nas instituições de ensino, grande parte dos professores que se encontra hoje em salas de aula não teve a oportunidade de refletir, ainda que minimamente, a respeito da ativa participação dos povos negros na formação de nossa cultura e identidade, a não ser por uma perspectiva europeizante. A desconstrução do mito da democracia racial em nossa nação, que desconsidera as desigualdades seculares que a estrutura social cria com prejuízo para os negros, deve, segundo as próprias Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana, ser uma das metas de qualquer projeto que vise à abordagem das relações etnicorraciais no Brasil. Sabemos, no entanto, que a produção de pesquisas e de projetos ligados à temática das relações etnicorraciais tem sido crescente. Há Núcleos de Estudos Afro-brasileiros, núcleos correlatos, linhas de pesquisa, cursos extensão, projetos de iniciação científica, de iniciação tecnológica, cursos lato sensu e programas strcito sensu, (re) pensando a temática e produzindo pesquisas e conhecimento sobre a temática em todas as regiões do Brasil. Diante dessa realidade, este GT pretende se constituir com um painel onde serão apresentados projetos e pesquisas que estão em andamento, em fase de conclusão ou que já foram concluídos sobre os mais diversos temas e oriundos das diferentes áreas a respeito de Relações Etnicorraciais, discriminação e preconceito.
GT2 RELAÇÕES RACIAIS E EDUCAÇÃO BÁSICA
Ms. Luciano Magela Roza (Doutorando FaE/UFMG)
O Gt busca congregar discussões que tenham como foco a temática das relações étnicorraciais localizadas no contexto da escola básica. Desta forma, seu interesse relaciona-se a reflexão sobre as políticas de diversidade voltadas para esse segmento escolar, para as experiências de implementação das leis 10.639/03 e 11.645/2008 na Educação Básica, para o comparecimento de temática das etnicidades em materiais didáticos e outros suportes, para os possíveis diálogos entre patrimônios culturais afro-diaspóricos e a escola básica e para as propostas de Formação de Professores centradas na Educação das Relações etnicorraciais e nas Histórias e culturas africanas e afro-diaspóricas.
GT3 EDUCAÇÃO E QUILOMBOS
Ms. Márcia Lúcia Anacleto de Souza – UNICAMP
As comunidades quilombolas são grupos negros organizados em torno da ocupação de terras cuja história de posse remonta aos processos decorrentes da escravidão. Organizados em torno do parentesco, da ancestralidade, da dimensão coletiva da terra e da sua história de formação, desde a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, os quilombos contemporâneos, como também são concebidos, estão reconhecidos político e institucionalmente. Nas últimas duas décadas a organização quilombola ocupou o cenário nacional, encaminhando suas demandas pelo reconhecimento da propriedade de suas terras, e também melhores condições de vida, através da educação, saúde, saneamento básico, alimentação, dentre outros. No campo educacional, as comunidades quilombolas têm denunciado as escolas que frequentam e explicitado a educação que vivenciam no seu cotidiano, baseada na tradição, na história, no fortalecimento de suas lutas por autonomia e direitos. Nos últimos dois anos se tornou emblemática a reivindicação das próprias comunidades quilombolas por uma educação escolar atenta às suas especificidades históricas, sociais e culturais. A demanda encaminhada pelo Ministério da Educação e o Conselho Nacional de Educação resultou na elaboração do Parecer CNE/CEB nº. 16/2012, aprovado em junho deste ano. No bojo dessas demandas está em questão o diálogo entre educação quilombola e educação escolar quilombola, e a problemática das escolas existentes e de seu papel na construção de identidades, no diálogo com a sociedade e no reconhecimento da diversidade étnico-racial, materializado em práticas pedagógicas, discursos, projetos e propostas político-educacionais. Assim, este Grupo de Trabalho almeja refletir sobre educação escolar e não-escolar construída “nas” e/ou “para as” comunidades quilombolas, juntamente, com educadores/as e pesquisadores/as envolvidos/as no debate teórico-metodológico sobre educação e quilombos.
4. EDUCAÇÃO PATRIMONIAL AFRO-DIASPÓRICA
ANTROPOLOGIA E EDUCAÇÃO.
Prof. Dr. Julvan Moreira de Oliveira (UFJF)/Profa. Dra. Eva Aparecida da Silva (UFVJM)/Ms. Janaina Damaceno (USP/UFOP)
A etnografia educacional difere de outras etnografias sobre temas que são estudados e não se distingue em termos de seu objetivo teórico: a cultura. Esta deve ser estudada na sua totalidade e em todas as suas faces. Mas, embora a etnografia tenha sido tradicionalmente responsável pelos estudos culturais de diversas comunidades, etnógrafos definem um campo de pesquisa, estudando unicamente a religião, o parentesco, a organização tecnológica. Neste sentido, salas de aula e escolas estão sendo submetidas a este tipo de pesquisa etnográfica, o que torna importante discutir sobre as áreas e problemas que estão sendo estudadas por meio de pesquisa antropológica no campo da educação. A genuinidade desta pesquisa não são os temas ou campos de estudo, mas a forma de se abordar os problemas pesquisados. Estudos que observam o papel de gênero e etnia no cotidiano escolar. Pesquisas sobre a educação das minorias, fornecendoexplicações válidas sobre o fracasso escolar desproporcional de grupos comonegros e índios, em escolas públicas. A ausência destes grupos étnicos na gestão e na política educacional. Em um sentido amplo, os estudosantropológicos da inculturação e aculturação, os estudos sobre socialização e educação institucionalizada e estudos psicológicos no âmbito da cognição eaprendizagem cultural e desenvolvimento das crianças e adultos. Há também a pesquisa etnográfica na educação não-formal. As experiências educativas presentes no interior de comunidades tradicionais afro-brasileiras e indígenas (capoeira, jongo, escolas de samba, comunidades quilombolas etc.).
6. AS ÁFRICAS E SUAS DIÁSPORAS NA LITERATURA
GT1. RELAÇÕES INTERCULTURAIS NAS LITERATURAS AFRICANAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
Ana Cláudia da Silva – Doutora em Estudos Literários, Universidade Vale do Rio Verde
As literaturas dos países de língua oficial portuguesa no continente africano têm sido um espaço do encontro de várias culturas, sejam de origem africana, sejam originadas em outros continentes – Ásia, América, Europa. Personagens de diferentes nacionalidades se encontram nos espaços literários de contos, romances e poesias, os quais traduzem para a arte os diálogos e embates culturais, presentes em diferentes momentos da história dos países africanos de colonização portuguesa. No período colonial, esses encontros manifestavam o choque entre culturas diversas nas lutas de libertação nacionais, travada entre portugueses e africanos. O período pós-colonial, por sua vez, é marcado inicialmente pelas guerrilhas internas, de âmbito nacional, cujo objetivo era a constituição do poder local nas nações recém-emancipadas. Essas lutas estão fartamente documentadas nas literaturas, especialmente as produzidas em Angola e Moçambique. Depois, estabelecida a paz nos diferentes países, a literatura passa a focalizar os encontros culturais como parte necessária do processo de construção das identidades nacionais, o que implica tanto em diálogos entre as diferentes culturas que convivem num mesmo país, quanto em diálogos com as culturas contemporâneas em tempos de globalização. A literatura dos países africanos de língua portuguesa tem sido um espaço de reflexão sobre esses encontros culturais, bem como um importante veículo de transmissão do patrimônio cultural africano não apenas na diáspora africana, mas muito além de seus limites; na medida em que cresce o número de traduções dessas literaturas, amplia-se também o seu alcance, formando não apenas um grande número de leitores, mas também uma fortuna crítica considerável, para a qual a colaboração de críticos brasileiros tem sido uma constante.
GT2 INTERCONEXÕES E TRADUÇÕES: AUTORIA, GÊNERO E RAÇA NA ESCRITA FEMININA.
Profa. Dra. Valeria Rosito – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ Dra. Fernanda Felisberto – Pesquisadora Associada ao AFROSIN – LEAFRO (UFRRJ)
Considerando que o mundo globalizado demanda novas categorias epistemológicas para lidar com questões de identidade, este GT propõe o comparativismo como abordagem metodológica privilegiada para problematizar categorias convencionais de nação. Interessa-nos, portanto, a relativização das literaturas e das artes “nacionais” através da releitura do cânone, sobretudo com a incorporação de perspectivas marcadas por gênero e raça. São benvindas as discussões teóricas que exponham a produtividade, assim como os limites desse revisionismo estético-teórico, pelo qual se alarga também o conceito de literatura. A construção do feminino nas literaturas, mais especificamente sua prática autoral, e nas artes afrodescendentes, problemáticas tradutórias e editoriais, e trânsito intercultural são algumas das questões circunscritas neste GT.
7. CULTURA, MEMÓRIA E TERRITORIALIDADES URBANAS E RURAIS
GT1 CORPOREIDADES AFRO-DIASPÓRICAS: CORPO E ESPAÇO NA CONSTITUIÇÃO DE TERRITORIALIDADES NEGRAS.
Ms. Ana Maria Martins Queiroz (UFMG)/ Ms. Patrício Pereira Alves de Sousa (UFMG)/
Ms. Vinicius Gomes de Aguiar (UFG)
O GT pretende reunir resultados de reflexões que problematizam o corpo e o espaço como dimensões importantes para a compreensão do debate contemporâneo sobre as identidades étnico-raciais. Propomos que estas duas dimensões, quando se interceptam e passam a constituir corporeidades, fundamentam grande parte dos supostos de criação do par que dá suporte à ideia de identidade: diferença e identificação. É com este enfoque que pretendemos reunir pesquisadores e pesquisadoras para debater o espaço e o corpo como dimensões fundamentais na composição das identidades negras. Incorporar reflexões que revelem a corporeidade como elemento basilar a que sujeitos negros recorrem para reclamar identidades, criar estratégias de continuidade histórica, desenvolver modos de usar e ocupar a terra compreendendo as dinâmicas ambientais e formular sistemas cosmológicos. Num universo amplo de questões possíveis de serem agregadas ao foco de debates deste GT, algumas das temáticas privilegiadas serão: os lugares festivos de cultos afro-brasileiros, as geografias sociais dos territórios quilombolas, as territorialidades urbanas e rurais de coletividades negras, as paisagens emergentes de movimentos étnico-raciais e de gênero, as práticas de grupos negros relacionadas com o meio natural e com o as questões socioambientais e as disputas territoriais envolvendo grupos étnico-raciais, além de suas consequências ambientais.
8. PATRIMÔNIO MATERIAL E IMATERIAL AFRO-DIASPÓRICO
MOVIMENTOS NEGROS E PATRIMÔNIO CULTURAL AFRO-BRASILEIRO
William Adeodato (COMPIR- Conselho Municipal da Igualdade Racial/OP) e Solange Palazzi (Casa do Professor/OP)
Neste Gt esperamos receber pesquisas, relatos de experiências e grupos que por seu ativismo social, cultural, ou de qualquer outro gênero contrinuem para a construção de país sem racismo. Interessa conhecer as pesquisas e experiências sobre a história dos mais diversos movimentos negros e sua atuação política. Consideramos também que os grupos culturais tais como congadas, candombe, maracatu entre outras expressões artísticas negras guardam o patrimônio histórico do nosso afro país e por isso, assim como os movimentos negros, contribuem para a construção da igualdade racial do Brasil.
9. HISTÓRIA E FILOSOFIA AFRICANA E INDÍGENA
GT1 ENTRE GREGOS E EGÍPCIOS: FILOSOFIA AFRICANA, EPISTEMICÍDIO, POLIRRACIONALIDADE E PLURIVERSALIDADE
Prof. Dr. Renato Noguera (AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Ms. Rodrigo dos Santos ;(AFROSINLEAFRO/UFRRJ); Alexandre de Lourdes Laudino (AFROSINLEAFRO/UFRRJ)
A proposta deste GT está ligada ao enunciado do filósofo africano-americano, Charles Mills que diz: “A filosofia é a mais branca dentre as ciências humanas”. O problema em relação à exclusividade da filosofia como uma atividade ocidental implica na exclusão epistêmica de diversos povos e tradições. Nosso trabalho pretende analisar o silêncio e a invisibilidade da produção filosófica africana, trazendo para o debate textos egípcios, um estudo comparativo que visa apresentar a legitimidade da filosofia africana, trazendo à luz os conceitos de polirracionalidade e pluriversalidade como encaminhamentos que podem combater o racismo epistêmico.
10. PRÁTICAS DISCURSIVAS, ALTERIDADES E PERFORMATIVIDADES NEGRAS
SOBRE A NECESSIDADE DE COMPREENSÃO DAS POLÍTICAS DE CONSTITUIÇÃO E INSTITUIÇÃO DAS LÍNGUAS
Profa. Dra. Djane Antonucci CORREA (Universidade Estadual de Ponta Gossa)
O objetivo geral desta proposta é de reunir trabalhos que discutam diversidade cultural e linguística em contextos escolares diversos e na comunidade acadêmica. De modo mais direcionado, busca abordar questões relacionadas à política linguística e sua interface com ensino de língua e formação de professores de língua. Para tanto, considera-se a necessidade de (re)conhecer as exigências contemporâneas no que diz respeito à necessidade de adequação dos currículos, especialmente os de formação de professores de língua. Além disso, ressalta-se a integração das atividades de pesquisa, extensão e ensino. Nessa direção, é significativo observar a presença de alunos PEC-G, PEC-PG, alunos que fazem intercâmbio, indígenas, cotistas oriundos de escolas públicas, cotistas afro-descendentes, os quais, juntamente com os demais acadêmicos compõem um universo rico e complexo. Por essa razão, a compreensão dos mecanismos que configuram as politicas de constituição e de instituição das línguas pode trazer, no seu bojo, uma visão mais adequada das diferentes culturas e dos diversos movimentos históricos que acompanharam, definiram e continuam a acompanhar e definir as práticas linguísticas e culturais em seus diferentes mo(vi)mentos. Dessa maneira, pode-se dar maior visibilidade às indagações, dificuldades e experiências oriundas de situações sociolinguisticamente e socioculturalmente complexas.
11. SAÚDE E QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NO BRASIL
GT1 O RACISMO INSTITUCIONAL NO CAMPO DA SAÚDE PÚBLICA
Profa. Dra. Sônia Regina Corrêa Lages (UFMG)
Neste Grupo de Trabalho procuraremos desenvolver e analisar o racismo institucional no campo da saúde pública, relacionando esse campo com a implementação da Lei 9.934 de 21 de junho de 2010 que dispõe sobre a Política Municipal de Promoção da Igualdade Racial, no campo da saúde da população negra e de comunidades quilombolas. A relação entre raça e saúde tem sido o foco de iniciativas que tentam construir um campo de reflexão e de intervenção denominado de Saúde da População Negra, categoria política que denota a produção de especificidades nas relações saúde/doença e que estão associadas a determinando grupo demográfico. Este fato decorre do reconhecimento das desvantagens materiais e simbólicas sofridas pelos coletivos negros, e dos enfren