A cidade tem no seu mapa ruas registradas com nome de povos indígenas como as ruas dos Tupis, dos Carijós e Tupinambás. Apesar dessas ruas terem destaque e entrarem no quotidiano da cidade. Acaba por se tornar uma forma de homenagem ” póstuma”. E tornar a nossa cultura indígena Viva nos espaços da cidade é o que queremos.
Belo Horizonte, segundo o útlimo censo do IBGE (2010) tem cerca de 3500 indígenas residentes, isso sem falar nos que estão de passagem por aqui. Indígenas no contexto urbano são alvo de racismo e desrespeito diariamente pela sua origem, cultura, modo de viver e se vestir, seus saberes e tradições.
Aqui, muitos de nós tem como modo de subsistência a venda de arte e artigos indígenas e além de conviver com uma lógica de mercado e concorrência, burocracias e negação do direito a cidade.Violência e racismo institucional nas feiras e outros locais de comercialização.
Existem muitas diferenças nas relações de troca e cooperação predominantes nos nossos povos,por isso o nosso projeto contempla uma grande diversidade de povos. E é chegado um novo momento na história dos povos indígenas.
Não seremos apenas objetos de lembrança e memorial de um passado longínquo,
Nós somos muito mais que placas e nomes de ruas.
Nós somos o presente e o futuro.
Para de fato valorizar nossa cultura. Precisamos indianizar a cidade para que ela sinta a nossa presença e conviva com respeito, sem racismo e sem violência, garantindo a visibilidade e a memória dos saberes, ancestralidades e fazeres das mais de 23 etnias que estão em Belo Horizonte e região metropolitana.