07/12/2012
Henrique Alves
A história abaixo e outras situações vividas por esse núcleo religioso guarani, bem como os hábitos e cultura, estarão presentes no encontro deste sábado (8), na Aldeia Indígena Três Palmeiras, em Aracruz. Será lançado o Glossário Guarani e inaugurada a Sala Audiovisual Sepé Tiaraju.
O grupo Guarani que está tratando da sua história cultural são herdeiros da xamã Tatantin-Rua Retée (na foto, à direita, como que abençoando o indiozinho), que conduziu seu grupo, desde o Rio Grande do Sul, sempre pelo litoral, em busca da Terra Sem Males. Eles são oriundos da República Guarani que os jesuítas instalaram em território brasileiro, uruguaio, argentino e paraguaio.
A suspeita e tê-la encontrando foi quando ao atravessarem a foz do Rio Piraquê-Açu, em Santa Cruz, desconfiaram que pelas características do local, a terra estava próxima. Seis quilômetros depois encontraram os Tupinikim e por lá ficaram. A xamã achou que havia enfim chegado à Terra Sem Males.
Anos mais tarde, os eucaliptos e os interesses econômicos da então Aracruz Celulose (hoje Fíbria) os expulsaram. Foram para Guaparari, mas voltaram para a região e lá estão até hoje.
Tatantin viveu por 104 anos e morreu no Espírito Santo; foi enterrada no cemitério de Santa Cruz. Pouco antes de sua morte, ela, por situações que identificava como uma xamã, como a morte prematura de algumas crianças, e outros episódios que ocorreram, a levaram à conclusão de que tinha errado ao apontar a região como o local da Terra Sem Males.
Deixou tarefas para um descendente seu, um pajé, para recorrer ao Deus da Montanha, para obter a indicação de onde deveria seguir o grupo. Hoje eles vivem na região, mas também recorrem a um terreno que ocupam na Serra do Caparaó, no sul do Espírito Santo, para que o pajé consiga contato com o Deus da Montanha. Nos últimos dez anos ele vem tentando, mas sem resultados.
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