O IV Encontro dos Movimentos Sociais será realizado entre os dias 27 e 30 de abril, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O local do encontro anterior foi mantido por ser simbólico para luta dos movimentos sociais e populares no Estado.
As bandeiras do IV Encontro são: trabalho (direito de greve; terceirização); educação; feminismo; contra o extermínio da juventude; contra o racismo; tarifas públicas (preço da passagem de ônibus; ampliação do metrô; tarifa de energia; etc.); reforma agrária; moradia; soberania (minério tem que ser nosso; contra as privatizações; defesa dos recursos naturais; preparação do Rio+20; etc.); saúde (contra as PPPs em BH); contra a criminalização das lutas (contra a perseguição das empresas e do Estado).
O objetivo dos organizadores é dar continuidade ao processo de acúmulo de forças da classe trabalhadora em Minas Gerais. Assim como as experiências das atividades anteriores, da greve dos educadores e educadoras e da articulação “quem luta educa”, o IV Encontro dos Movimentos Sociais representa um processo de articulação, de formação e luta popular, e visa o combate ao projeto político do governo do Estado de Minas Gerais, que privilegia o lucro das grandes empresas e reprime os trabalhadores e trabalhadoras que exigem seus direitos básicos.
Com o IV Encontro, as entidades pretendem avançar na unidade e ampliar a discussão sobre a construção de um projeto político dos movimentos sociais de Minas e uma agenda comum de lutas. Enquanto a classe dominante aposta na fragmentação e dispersão, os movimentos demonstraremos nas ruas a força da unidade da esquerda de Minas Gerais.
A coordenação também deve ampliar a mobilização no interior do Estado para divulgar as propostas do Encontro em assembleias regionais. E, durante o evento, os organizadores pretendem qualificar a formação política, promover as intervenções específicas (por exemplo, com a juventude) e potencializar a capacidade de dialogar com a sociedade em geral.
Jornada de Lutas
Em 2011, a Jornada de Lutas do MST e o III Encontro dos Movimentos Sociais reuniu organizações do campo e da cidade e centrais Sindicais. No acampamento do MST, da Via Campesina e no encontro aconteceram debates sobre temas variados como a nocividade do uso de agrotóxicos, o piso salarial, a reforma agrária, a redução das tarifas públicas e a exploração e entrega das nossas riquezas nas mãos de grandes empresas transnacionais.
O MST cobrou ações do governo federal e estadual para dar continuidade à Reforma Agrária, estagnada há anos no estado. Foram realizadas marchas e ocupações e como resposta houve reuniões com o INCRA nacional, treze secretárias do estado e com o próprio governador, Antonio Anastasia.
Como parte da Jornada, foi comemorado o dia do trabalhador em tom de protesto, diferenciando as atividades desta data, que têm sido tratadas como festa. Na primeira hora do dia as Brigadas Populares, que têm como principal bandeira de luta o direito à moradia, ocuparam o prédio do Instituto de Previdência Social do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), para denunciar o descaso com as famílias sem teto da capital e pressionar o poder público contra os despejos.
Em seguida, os movimentos sociais e as centrais sindicais iniciaram uma marcha, partindo da Assembleia Legislativa, com destino a Praça Sete. A marcha, que contava com cerca de 1.500 manifestantes, contornou a Praça da Liberdade e parou diante do prédio ocupado, aonde foi feito um ato político e o resgate dos militantes que se encontravam dentro das instalações do Ipsemg, acuados pela polícia.