Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel
O reconhecimento da Comunidade de Pimentel como uma Comunidade Quilombola,
Implica na inclusão da cidade de Pedro Leopoldo nas políticas públicas e
Recursos federais voltados para as cidades compostas por quilombos.
Sendo assim, um assunto do interesse de TODOS, principalmente
Do poder público municipal, seus representantes, promotoria,
Educadores e demais autoridades.
A Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel convida V.S.a, para participar de uma mesa-redonda, para esclarecimentos, orientação e informação quanto ao processo de reconhecimento da comunidade Quilombola de Pimentel. O encontro contará com a presença das seguintes autoridades na questão quilombola:
Graça Sabóia
Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial do Governo Federal e Coordenadora dos Assuntos da Comunidade Negra de Belo Horizonte (COMACON).
Maria do Carmo Ferreira da Silva
gabinete do ministro Eloi Ferreira de Araújo.
Sandra Maria da Silva
Presidente da N’golo – Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais.
Pablo Matos Camargo
Representante do CEDEFES – Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva.
Luci Rodrigues Espeschit
Superintendência Regional do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. SR 06 – MG
O Encontro acontecerá na Câmara Municipal de Pedro Leopoldo
Dia: 27 de maio de 2010, quinta-feira, às 19 horas.
Marcelo Eduardo Evaristo Ferreira
Presidente
Associação dos Moradores do Quilombo de Pimentel – Rua Principal – Povoado de Pimentel
Comunidade Quilombola de Pimentel
No final do século XIX, negros escravizados receberam as suas alforrias e foram “parcialmente” libertos do trabalho escravo, nos grandes latifúndios de todo o Brasil. Em Pedro Leopoldo, escravos das fazendas também “conquistaram” a liberdade e como forma de mantê-los próximos e na continuidade da exploração de seus trabalhos e conhecimentos, fazendeiros doaram-lhes terras localizadas na região centro-sul do município, batizada de Pimentel como referencia ao “povo bravo” como eram denominados na cidade.
A nova comunidade de ex-escravos constituída antes da existência do município de Pedro Leopoldo expandiu-se a passos largos. Com o crescente aumento das famílias, criaram novas estratégias para garantir a subsistência naquela localidade apesar do trabalho nas fazendas próximas.
Além do cultivo de alimentos e da criação de animais para o abate, existia também um armazém muito bem instalado na comunidade, atraindo não somente o comércio local, mas vendedores ambulantes que comercializavam outros gêneros alimentícios.
Eram diversos os momentos de lazer, havia ali um salão com alta movimentação e uma enorme independência cultural em que celebravam sua liberdade dançando seus vários ritmos e fazendo suas festas.
Por conseqüência do descaso das políticas públicas básicas e específicas, ocorreu a evasão local. A incessante busca por educação e uma colocação destes, no mercado de trabalho, culminou com a permanência de mais ou menos 50 pessoas distribuídas em poucas residências. Desta forma, os descendentes de Pimentel se espalharam pelos diferentes bairros da cidade, da grande BH e também de outros estados do país em busca de melhores condições de vida. Boa parte das pessoas negras que compõem a população da cidade hoje têm algum tipo de ascendência ramificada no Quilombo de Pimentel.
Características marcantes da maioria dos Quilombos é o difícil acesso, o isolamento e a exclusão das políticas públicas do município como forma de enfraquecê-los. Houve um esquecimento da Comunidade de Pimentel por parte do poder público.
Devemos ressaltar que mais importante do que demarcar a territorialidade é retomarmos a linha da veracidade histórica. Pedro Leopoldo não pode mais continuar omissa com a realidade de suas origens, negando traços fundamentais de mais de 100 anos de história do Quilombo de Pimentel notoriamente excluída da história oficial da cidade.