13/12/2018
Viúva do deputado Rubens Paiva, desaparecido em 1971, ela também se destacou pela presença em lutas sociais
Viúva de Rubens Paiva, político desaparecido em 1971, Eunice tinha 86 anos e deixa cinco filhos
São Paulo – Símbolo da luta contra a ditadura, Eunice Paiva morreu nesta quinta-feira (13), em São Paulo. Ela convivia há 14 anos com Alzheimer e tinha 86 anos. Deixa cinco filhos: Marcelo, Veroca, Eliana, Nalu e Babiu.
Eunice teve papel central na busca por informações sobre o paradeiro do marido, Rubens Paiva, ex-deputado desaparecido depois de ser preso, torturado e assassinado pela ditadura civil-militar no DOI-Codi no Rio de Janeiro, em janeiro de 1971. Ela estou Direito no Mackenzie, já depois da viuvez. Tornou-se advogada e se engajou em lutas sociais e políticas, como as causas indígenas, nos anos 1980 e 1990.
Um dos filhos do casal, o escritor Marcelo Rubens Paiva, narrou a história de sua mãe no livro Ainda Estou Aqui, de 2015.
Em nota divulgada hoje, o Instituto Vladimir Herzog lamentou a morte de Eunice. “Talvez não por coincidência, Eunice morre no dia em que a promulgação do AI-5 completa 50 anos: um protesto de quem nunca deixou de lutar por um país democrático, mais justo e que garanta o direito a memória e justiça a todos os seus cidadãos”, afirma o IVH.
A ex-presidenta Dilma Rousseff citou Eunice como uma combatente, entre as que denunciaram os assassinatos e abusos cometidos pela ditadura, “que permanecem vivas e cheias de força em nossos corações”. Em nota, Dilma escreveu: “Este 13 de dezembro, que em 1968 pintou de cinza o Brasil, é uma data triste, mas é simbólico que seja neste mesmo dia que assistimos à passagem de Eunice Paiva”.
Annie Genevois
Ontem (12) morreu Annie Genevois. Era uma das filhas de Margarida Genevois, ativista histórica dos direitos humanos e presidente de honra da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo.
Com informações do Instituto Vladimir Herzog