Em cerimônia realizada neste sábado (11/9), na província de Corunha, noroeste espanhol, o MST receberá oficialmente o prêmio “Acampa – Pola Paz e Dereito a Refuxio” pelo reconhecimento internacional da defesa dos Direitos Humanos.
A premiação aprecia duas categorias: internacional e local. A votação ocorreu em júri popular online, onde o MST foi o mais votado na categoria internacional, com 22,73% das participações. Já na categoria local, quem levou o prêmio é o ativista Nicanor Acosta, com 53,49% dos votos. Ambas categorias receberão por seus representantes a escultura alegórica esculpida pela artista plástica Pilar Pérez Subías.
Premiado pela categoria local, Nicanor Acosta é reconhecido como ativista dos Direitos Humanos por sua trajetória religiosa e política. Nicanor foi padre da paróquia da Corunha, de São Jorge, desde a década de 60 e chegou a ser preso por enfrentar a ditadura Franquista. Posteriormente, passou a contribuir com o Fórum da Emigração e na Comissão de Recuperação da Memória Histórica em seu país.
Representando o MST na categoria internacional, Marina dos Santos, da direção nacional do Movimento, viajou até a Espanha para receber a premiação e fala sobre a emoção por parte desse reconhecimento que chegará ao Brasil por suas mãos:
“Para mim, é uma alegria imensa cumprir a tarefa de receber esse prêmio de reconhecimento ao MST. É muito importante ouvir entre as reflexões, que o modelo de desenvolvimento adotado pelo sistema capitalista tem colocado o mundo em colapso, mas que o MST se coloca como alternativa e esperança”, afirma Marina.
Um dos organizadores do prêmio, Alfonso Vázquez González, que já visitou áreas de acampamento do MST no Brasil, cita que o Movimento é uma referência na defesa dos Direitos Humanos, enquanto uma das maiores organizações sociais mobilizadas em todo o mundo: “E o considero pela grandiosidade das pessoas que ele [MST] chega às pessoas com menor recurso econômico”, aponta Alfonso.
Para a dirigente nacional do MST, este período de pandemia aumentou ainda mais a ação do movimento em defesa dos Direitos Humanos, em uma forma ampla de fazer a luta popular, tanto pela Reforma Agrária e produção de alimentos saudáveis, mas também: “porque [o MST] está preocupado com a natureza, com as relações sociais, com a construção da democracia, com a dignidade das pessoas e a solidariedade”, explica Marina.
Para ela, esse prêmio vem, principalmente, através do reconhecimento que o Movimento está tendo à âmbito internacional em pró da vida da classe trabalhadora do campo e cidade, em meio às crises políticas e do estado genocida do atual governo, que já ceifou 585 mil vidas somente pela Covid-19 no país. “Esse prêmio de reconhecimento se estende a todas às famílias que lutaram, que lutam, que garantiram a resistência ativa e que atuaram na defesa da vida”, conclui.
*Editado por Wesley Lima