Aprovação do Notório Saber
É com imensa alegria que comunicamos que no dia 06/08/2019 foi aprovada por unanimidade junto ao Conselho de Pesquisa, Ensino e Extensão (CEPE) da UFMG a resolução que torna possível a atribuição de Notório Saber a mestres e mestras indígenas, afro-brasileiros, quilombolas, das culturas populares e de povos tradicionais no Brasil, título equivalente a um doutorado.
Com essa titulação, os mestres e as mestras estão aptos a:
I) atuarem como docentes em atividades de ensino, pesquisa e extensão;
II) participarem em Comissões Examinadoras de Mestrado e Doutorado.
Revolução Epistêmica
A medida é uma revolução epistêmica, pois torna concreto o reconhecimento de outras formas de saber e de intelectuais formados nesses saberes radicalmente diferentes da tradição de matriz Ocidental que é historicamente guardada, reproduzida e transmitida nas universidades brasileiras. Ao mesmo tempo, tal aprovação é um gesto concreto de reparação histórica, na medida em que reafirma o vasto manancial de conhecimentos de matrizes indígenas e afro-brasileiras, somando esforços a outras lutas políticas de movimentos e coletivos organizados.
Conquistas
Vale lembrar que esse passo acontece na sequência de conquistas de amplitude nacional, como as cotas e vagas suplementares nas universidades públicas para estudantes afrodescendentes e indígenas, bem como a introdução de disciplinas formais nos cursos de graduação e pós-graduação em diversas universidades, movidas pelo modelo do Encontro de Saberes, que acontece na UnB desde 2010.
Saberes Tradicionais na UFMG
Na UFMG, a iniciativa começou em 2014 e recebeu o nome de Formação Transversal em Saberes Tradicionais, sendo provida com recursos orçamentários da Universidade via Pró-Reitoria de Graduação que possibilitam o pagamento do pró-labore dos mestres e das mestras, e viabilizam meios logísticos e esforços de acolhimento e de troca de saberes com professores, professoras, alunos e alunas da universidade.
Agradecimento aos Mestres
É bonito, justo e necessário lembrar os nomes dos mestres e das mestras que já colaboraram com a Formação Transversal em Saberes Tradicionais da UFMG ao longo dos últimos cinco anos. É graças principalmente ao seu trabalho que essa resolução foi criada e aprovada:
Alcindo Wherá Tupã | Tekoa Mbyá Roká
Antônio Bispo dos Santos | Nêgo Bispo
Antônio Luiz de Matos | Antônio de Bastião
Aparecida Arruda | Tantinha
Arnaldo de Lima | Naldim
Benjamin Wa’Aiho
Cacique Babau
Cássia Cristina da Silva | Makota Kidoiale
Creuza Prumkwyj Krahô
Divino Tserewahú
Dona Dalzira Xacriabá
Dona Margarida Meireles
Dona Maria Eugênia Oliveira Batalha
Expedicto da Luz Ferreira
Glicéria Jesus da Silva
Isael Maxakali | Yaet Maxakani
João Batista da Luz
João Bosco Alves da Silva | Mestre João Angoleiro
João do Pife
Joaquim Maná Kaxinawá
Joelson Ferreira de Oliveira
Jorge Antônio dos Santos
José Bonifácio da Luz | Bengala
José de Lima Kaxinawá | Zezinho Yube
Júlio Antônio Filho
Libertina Ferro
Lira Huni Kuin
Lourdes Seixas Evarista
Luceli Morais Pio
Mãe Efigênia | Mametu Muiandê
Makota Valdina
Maria Aparecida Silva Martins
Maria Carlos Huni Kuin
Maria D’Ajuda Alves da Conceição | Dona Jaçanã
Maria da Glória de Jesus
Maria Luiza Marcelino
Maria Luzia Sidônio
Ñandesy Tereza Amarília Flores
Ñanderu Valdomiro Flores
Nilsia Lourdes dos Santos | Iyalodè Ósún Ifé World Wide
Nilton Lazaro Rodrigues | Lazinho
Pai Ricardo de Moura
Paixão Wa’umhi
Pajé Osmar Rodrigues
Pedrina de Lourdes Santos
Sebastiana Geralda Ribeiro da Silva | Sebastiana de Oxossi
Silvio da Siqueira | Seu Badu
Sueli Maxakali | Xoeni Maxakani
Uma lista completa das disciplinas e cursos ministrados, dos professores parceiros e assistentes se encontra no nosso site.
Comitê Gestor do Programa de Formação Transversal em Saberes Tradicionais