A ideia de “dividir” as pessoas nas chamadas “raças” e depois hierarquizá-las é uma ideologia criada pelo homem. É tudo, menos uma lei natural. Esse equívoco surgiu durante a colonização no século XVI, quando as pessoas do continente africano foram desprivilegiadas, os trabalhadores foram escravizados, estuprados e/ou assassinados. Assim, o racismo era importante para legitimar o motivo pelo qual alguns deveriam ter mais acesso aos direitos e recursos humanos do que outros.
O racismo não se expressa apenas na violência física, mas primeiro em pensamentos, palavras e ações, podendo ser encontrado abertamente ou oculto na sociedade. O racismo, infelizmente, está profundamente enraizado na sociedade e tem sido uma ideologia poderosa há séculos. A sociedade majoritária deve “desaprender” o racismo. Para fazer isso, o racismo em suas formas estruturais, cotidianas e violentas deve ser reconhecido, levado a sério e tratado de maneira decisiva.
Um dos métodos mais eficazes para combater o racismo é a educação. O combate ao racismo passa pela escola. A luta contra o racismo deve ser uma prioridade da escola. O tema deve ser trabalhado em sala de aula e fora dela com a indicação de livros que possam contribuir para a extinção do racismo.
A escritora paulista Djamila Ribeiro chegou ao topo da lista dos livros mais vendidos da Amazon com sua obra “Pequeno manual antirracista”, lançado em 2019 pela editora Companhia das Letras. O livro trabalha de maneira acessível e didática vários temas relacionados à militância negra e ao feminismo negro com onze lições breves para entender as origens do racismo e como combatê-lo.
Confira a sinopse
Neste pequeno manual, a filósofa e ativista Djamila Ribeiro trata de temas como atualidade do racismo, negritude, branquitude, violência racial, cultura, desejos e afetos. Em onze capítulos curtos e contundentes, a autora apresenta caminhos de reflexão para aqueles que queiram aprofundar sua percepção sobre discriminações racistas estruturais e assumir a responsabilidade pela transformação do estado das coisas. Já há muitos anos se solidifica a percepção de que o racismo está arraigado em nossa sociedade, criando desigualdades e abismos sociais: trata-se de um sistema de opressão que nega direitos, e não um simples ato de vontade de um sujeito. Reconhecer as raízes e o impacto do racismo pode ser paralisante. Afinal, como enfrentar um monstro desse tamanho? Djamila Ribeiro argumenta que a prática antirracista é urgente e se dá nas atitudes mais cotidianas. E mais ainda: é uma luta de todas e todos.
Sobre a autora
Djamila Ribeiro nasceu em Santos, em 1980. Mestre em filosofia política pela Unifesp e colunista do jornal Folha de S.Paulo, foi secretária-adjunta da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo. Coordena a coleção Feminismos Plurais, da editora Pólen, e é autora de O que é lugar de fala (2017) e Quem tem medo do feminismo negro? (2018).