26/11/2018
Fonte:http://www2.educacao.mg.gov.br/component/gmg/story/9993-povo-maxakali-produz-cartilhas-de-alfabetizacao-no-idioma-maternoCadernos foram produzidos por professores que atuam nas escolas estaduais Maxakali, onde a Língua Portuguesa é considerada como língua estrangeira
A partir do próximo ano, os estudantes das escolas estaduais Maxakali terão em mãos novas cartilhas de alfabetização na Língua Maxakali. O material foi produzido por professores que atuam nas escolas Maxakali, em conjunto com a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Estado de Educação (SEE).
“De acordo com a revisão curricular que o povo Maxakali fez, eles não aprendem mais o português nos anos inicias, apenas nos anos finais do Ensino Fundamental, como língua estrangeira. A priorização deles é a alfabetização no idioma materno”, destaca Carla Paiva, servidora da Secretaria de Estado de Educação (SEE) que acompanha o povo Maxakali.
As novas cartilhas tiveram como base materiais antigos utilizados pelas escolas Maxakali. A partir deles foi feita uma revisão e criadas cartilhas totalmente novas. “A Secretaria vem atendendo a demanda das comunidades indígenas. Os Maxakali reformularam toda matriz curricular e esse material vem para atender a essa nova configuração curricular”conta Carla
As cartilhas devem ser entregues no mês de dezembro. Além de receber o material, que deverá ser distribuído a todos os estudantes, os educadores deverão participar de uma capacitação.
A rede estadual de ensino conta com três escolas sede Maxakali distribuídas pelos municípios de Ladainha, Santa Helena de Minas, Bertópolis e Topázio (anexo da escola de Ladainha). Essas escolas atendem juntas cerca de 500 estudantes.
Magistério indígena
Por meio de uma parceira entre a Secretaria de Estado de Educação e a UNESCO, consultores estão atuando nas comunidades Maxakalis e fazendo um diagnóstico com foco na construção do magistério Maxakali, o que deverá contribuir para ampliação do atendimento nas aldeias. “O nosso desejo é que, no próximo ano, possamos ampliar o atendimento nas aldeias e implantar os anos finais do Ensino Fundamental. Por isso, a criação do Magistério Maxacali é importante”, conclui Carla.
Educação Indígena na rede estadual
Em Minas Gerais, há na rede estadual 19 escolas indígenas e duas turmas vinculadas a escolas não indígenas. O atendimento escolar indígena é feito em 64 endereços, localizados em sete Superintendências Regionais de Ensino (SREs). Nestas escolas, são atendidos cerca de 4.600 estudantes.