Agência Museu Goeldi – No período de 17 a 23 de abril, acontece a Semana Povos Indígenas: ação política, conflitos e conquistas, uma promoção do Museu Paraense Emílio Goeldi e Universidade Federal do Pará através do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais (PPGCS).
A Semana e os conteúdos nela discutidos integram também a programação do curso A importância do Museu Goeldi nos diversos níveis de ensino. O evento, que acontece no Auditório Alexandre Rodrigues Ferreira, no Parque Zoobotânico do Museu Paraense Emílio Goeldi, apresentará mesas redondas, oficinas e mostra de filmes para debater direitos, cultura, tradição, saúde e educação dos povos indígenas.
Terras indígenas, educação intercultural indígena, documentação cultural, saúde indígena. Esses serão temas centrais das discussões que ocorrem durante toda a semana no Museu Goeldi. Na abertura do evento, marcada para o dia 17, estão confirmadas as presenças de Nilson Gabas Jr, Diretor do Museu Goeldi; Juscelino Bessa, da Fundação Nacional do Índio (FUNAI); Denise Machado Cardoso (UFPA); Helena A. Quadros (MPEG); e do Cacique Odair José Dadá, da Terra Indígena Maró.
Discussões e debates – A primeira mesa redonda está marcada para acontecer logo após a abertura do evento, às 14h30 do dia 17. Terra indígena, território e territorialidades terá participação de Denise Machado Cardoso, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da Universidade Federal do Pará (PPGCS/UFPA), Isabel Rodrigues Blaskovsky (PPGCS/UFPA), Gerbson Nascimento, do Programa de Pós-Graduação em Ciências Políticas da Universidade Federal do Pará (PPGCP/UFPA) e Adalberto Fernandes Sá Junior, do Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade Federal do Pará (PPGD/UFPA).
Logo após essa primeira discussão, às 16h10, acontece a segunda mesa redonda desse primeiro dia de evento. Fortalecimento cultural: educação intercultural indígena e documentação cultural terá a presença de Eneida de Corrêa de Assis, doutora em Ciências Políticas, faz parte do Programa de Pos Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Pará (PPGCP/UFPA); Isabel Rodrigues Blaskovsky (PPGCS/UFPA) e Antônio Jorge Paraense da Paixão, da Coordenação de Educação Indígena, da Secretaria de Estado de Educação (SEDUC) e representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI) .
A terceira sessão acontece no dia 18 de abril, com início às 14 horas, com Documentação com estratégia de fortalecimento cultural. Participa dessa mesa Carlos Eduardo Chaves, historiador da reserva técnica do Museu Goeldi, Antônia Fernanda Nogueira, do Museu Goeldi e Pascale de Robert, IRD/MPEG, com o tema Um intercâmbio de desenhos entre crianças indígenas brasileiras e francesas.
O dia fecha com a quarta mesa redonda, que terá início às 15h30, com o tema Saúde indígena: barreira & travessias. Foram convidados para debater esse assunto: Antônio Maria de Souza Santos, pesquisador da Coordenação de Ciências Humanas do Goeldi (CCH/ MPEG); Irânia Maria da Silva F. Marques, Diretora da Divisão de Atenção a Saúde Indígena, da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI); Tamar Monteiro, da Coordenação Estadual de Saúde Indígena e Populações Tradicionais, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (CESIPT/SESPA); Valdeci Tembé, da Aldeia Sussuarana – Paragominas e Cacique Odair José Alves Dadá, da Terra Indígena Maró.
O debate Direitos, Conflitos e Conquistas, acontece no dia 23 de Abril, no Auditório Paulo Cavalcante, Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Campus de Pesquisa. A última sessão reúne à mesa de discussões Rodrigo Peixoto, da Coordenação de Ciências Humanas do MPEG; Karl Arenz, da UFPA, com o tema “O Movimento indígena no Baixo-Tapajós”; Louis Forline, da Universidade de Nevada/MPEG, fala sobre “O contato inter-étnico e o conhecimento tradicional: Maranhão e Baixo Xingu (PA)”; Cláudia Lopez, do MPEG, com a apresentação “Os Ka´apor e a floresta: conhecimentos tradicionais e conflitos territoriais”; Juscelino Bessa (FUNAI); Kércia Figueiredo, da UFPA, com “Terra indígena Maró: Ação coletiva e conquista territorial” e a presença do Cacique Odair José Dadá, da Terra Indígena Maró.
O evento é coordenado pelo Núcleo de Visitas Orientadas do Parque Zoobotânico (SEC/NUVOP) do Serviço de Educação e Extensão, Coordenação de Ciências Humanas, numa promoção conjunta com a Universidade Federal do Pará (UFPA), Coordenação de Museologia do Museu Goeldi e Projeto Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT/MPEG) – Biodiversidade e Usos da Terra na Amazônia. O encerramento da programação, que conta com entrega de certificados aos participantes, acontece no dia 23 de abril no Auditório Paulo Cavalcante, na Av. Perimetral, 1901, Terra Firme, Campus de Pesquisa.
Mostra de filmes – A programação conta com a mostra de longas e curtas metragens a serem exibidos no dia 20 de abril. Os vídeos etnográficos com povos indígenas contam a história da luta do povo indígena Ka’apor em defesa da Terra Indígena Alto Turiaçu (MA). O filme Jande Ka’apor ta Ka’a ke mupyta ta – Os Ka’apor do Alto Turiaçu: defendendo nossa terra, mostra, também, a procura de novas alternativas econômicas para evitar o envolvimento dos indígenas no comércio ilegal de madeira.
Sem matas para caçar e sem terras para plantar, os Mbya-Guarani dependem da venda do seu artesanato para sobreviver. Nós e a cidade, filme sobre três jovens Guarani, acompanham o diaadia de duas comunidades unidas pela mesma história, do primeiro contato com os europeus até o intenso convívio com os brancos de hoje.
Histórias de Mawary, Povo Waiwan conta narrativas de um tempo passado na aldeia Mapuera do grupo indígena Waiwai (PA). Essas narrativas estão ainda hoje inscritas nos corpos, nas palavras, no presente e na vida cotidiana daquele povo.
Para encerrar a mostra etnográfica, Xiña Bena, Novos Tempos, fala do dia a dia da aldeia Huni Kuĩ de São Joaquim, no rio Jordão, no Acre. Augustinho, pajé e patriarca da aldeia, sua mulher e seu sogro, relembram o cativeiro dos seringais e festejam os novos tempos.
Serviço
A Semana Povos Indígenas: ação política, conflitos e conquistas é uma realização do Museu Paraense Emílio Goeldi, em comemoração ao Dia do Índio (18 de abril), que acontecerá no período de 17 a 23 de abril. A programação integra o curso A importância do Museu Goeldi nos diversos níveis de ensino. O evento é coordenado pelo Núcleo de Visitas Orientadas do Parque Zoobotânico (SEC/NUVOP), Serviço de Educação e Extensão e Coordenação de Ciências Humanas. Coordenação de Museologia do Museu Goeldi e Projeto Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT/MPEG) – Biodiversidade e Usos da Terra na Amazônia.
Texto de Silvia de Souza Leão
Especialistas e palestrantes
Karl Arenz – historiador e teólogo, que atua na Universidade Federal do Pará (UFPA). autor de As Missões religiosas na Amazôniae Enfim a liberdade: a descolonização da África, obras que integram a coleção de paradidáticos publicados pela Editora Estudos Amazônicos;
Dona Onete (Ionete da Silva Gama) – vai participar da oficina ministrada pelo antropólogo do Museu Goeldi, Antonio Maria de Souza Santos “Não perca seu latim, nem seu Tupi: História, herança e prática da língua geral brasileira”. Dona Onete é compositora e intérprete de suas obras dedicadas à cultura regional. Nascida em Cachoeira do Arari na ilha do Marajó. Autora e incentivadora da cultura local, desde cedo organizou cordões de pássaros em seu município e hoje aos 71 anos vem ganhando projeção na mídia nacional.
Louis Forline – antropólogo da Universidade de Nevada e Museu Paraense Emilio Goeldi.
Antônio Jorge Paraense da Paixão – Coordenação de Educação Indígena, da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e representante do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).
http://www.fundacaoastrojildo.com.br