Amaros

23/03/2010

 

AMAROS
 
LOCALIZAÇÃO
A comunidade quilombola dos Amaros está localizada no município de Paracatu, região Noroeste de Minas Gerais. O território histórico tradicional situa-se nas proximidades do quilômetro 12 da rodovia MG 188, que liga Paracatu à cidade de Unaí. Em suas margens, há um vilarejo denominado Comunidade da Lagoa de Santo Antônio.
 
INFRAESTRUTURA
Eram cerca de 400 moradores, constituindo aproximadamente 10 famílias quilombolas oriundas da Fazenda dos Amaros, originalmente chamada de Fazenda Pituba. Atualmente, apenas uma família quilombola reside no local. O restante de seus descendentes, expulsos da terra ao longo dos anos, reside no bairro de Paracatuzinho, na periferia de Paracatu. Trabalham com artesanato, prestação de serviços urbanos, na lavoura e na mineração.
A sobrevivência da única família dos Amaros, que permanece nas terras tradicionais, está ameaçada, em decorrência das atividades mineradoras – extração de ouro e prata. Grande área de cerrado já foi desmatada.
 
 
CULTURA
Típica expressão dos descendentes de africanos do noroeste mineiro, a caretada é a manifestação popular mais conhecida na localidade. Apenas os homens participam. Vestem-se com máscaras e roupas coloridas, cantam e dançam pelas ruas da comunidade e da cidade, e em frente à igreja dos negros. A encenação, às vezes, lembra uma quadrilha; outras vezes parece uma luta ou só uma brincadeira.
 
HISTÓRIA
A família dos Amaros descende de Amaro Pereira das Mercês, escravo que comprou terras erodidas e abandonadas após a decadência do ouro, no séc. XVIII, nas proximidades de Paracatu, no lugar chamado Fazenda Pituba. Juntamente com outros negros forros construiu sua família e uma comunidade autônoma. Seus descendentes ali viveram até a década de 1960, quando foram forçados a deixar suas terras originais.
No final da década de 1990, os quilombolas tentaram na Justiça a reintegração da posse, mas a ação foi extinta sob a alegação de que o comprovante da propriedade – inventário do século XIX – era ilegível. Morando no local, há 150 anos, os quilombolas resistem e mantém a demanda na Justiça e, desde 2003, 35 pessoas da família ocupam parte dos 732 hectares que estão na mão de diversos fazendeiros, que já tentaram vendê-las.
Fonte: CEDEFES e Fala Negra (s.d.)
 
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